Não perca as oportunidades

Há um provérbio chinês muito apropriado que diz:
Existem três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.
Então pense antes de agir, pense antes de falar, mas não demore a pensar o que deve fazer quando uma oportunidade aparecer em sua vida!!!

sábado, 5 de junho de 2010

O QUE É O HOMEM?

Esta é uma pergunta intrigante que tem atravessado séculos e séculos a fio e por mais respostas que se obtenha, a mesma teima em permanecer latejando em nossas mentes, principalmente na daqueles que buscam em profundidade, seja através de estudo ou de reflexões, por uma resposta senão plena, pelo menos satisfatória. No mundo globalizado em que vivemos, onde impera o interesse dos mais fortes, em detrimento dos mais fracos, em que vale mais o “ter” do que o “ser”, e que valores tais como o direito à vida são amplamente desrespeitados, essa pergunta parece ficar sem resposta. Além do mais, com o domínio da ciência, que busca resposta para tudo, partindo do ponto de vista pragmático, sempre se incorre no risco de identificar o homem como sendo algo como “um robô” ou como uma “máquina”, como se o mesmo fosse dotado só de corpo e não de corpo e alma.
O homem descobre tudo, mas não descobre a si mesmo. Imagine só: Se Santo Agostinho, sendo o grande teólogo e filósofo que foi, se sentiu incapaz de responder a essa pergunta, ao afirmar que “tornei-me um quebra-cabeça para mim mesmo e isto é minha enfermidade”, o que poderíamos responder sobre essa questão? Seria melhor e mais conveniente ficarmos com Karl Rahner, para quem “o homem é a questão para a qual não existe resposta”.
Para se fazer uma reflexão a essa pergunta, resta ainda saber que caminho, que antropologia seguir, cabendo ressaltar que a antropologia tem várias facetas, sejam elas: física, social, cultural, filosófica ou teológica, o que pode ajudar, mas mesmo somando todas as respostas dadas por cada uma delas, teríamos finalmente uma resposta plena? A antropologia aponta duas vertentes diferentes sobre o que venha a ser o homem: uma é o antropocentrismo e a outra o teocentrismo.
Se partirmos do ponto de vista antropocêntrico, poderíamos dizer com Protágoras que “o homem é a medida de todas as coisas”. Nessa visão, em que o homem é o centro de tudo, fica descartada qualquer possibilidade de dependência de uma fonte além de si mesmo. O homem seria um ser criado à sua própria “imagem e semelhança”. Dentro do ponto de vista antropocêntrico, poderia ainda se destacar as seguintes visões: a positivista e empírica, em que temos o homem como um ser a ser observado e testado pelos métodos das ciências naturais: o homem máquina. Na visão filosófica clássica (Sócrates, Platão e Aristóteles), o homem é um ser pensante, privilegiado pela razão, que conscientemente é capaz de escolher, agir e ser responsável pelos atos que venha a praticar. Por fim, temos a visão filosófico-behaviorista, que descreve o homem como um ser dotado de uma subjetividade composta por sentimentos, preferências, intuições e emoções.
Partindo de uma visão teocêntrica, numa perspectiva cristã, ao contrário da visão antropocêntrica em que o homem é a medida de todas as coisas, teremos “Deus como a medida de todas as coisas”, com o homem sendo apenas o “imago dei”, seja, um ser à imagem e semelhança de seu criador, doutrina essa defendida pela nossa Igreja Católica, ao longo dos séculos, em toda a sua história, fundamentada em Gênesis 1,27. Nessa visão, o ser humano é um ser dependente de uma força que lhe transcende, para além de si mesmo: Deus. O homem é um ser espiritual criado por Deus, o qual lhe deu a vida e uma natureza única. A imagem e semelhança à qual o homem foi criado viu-se desfigurada pelo pecado original, razão pela qual o mesmo se tornou sujeito a obedecer a normas e preceitos estabelecidos por leis específicas, promulgadas por Deus, principalmente aquelas contidas no elenco do Decálogo.
Creio que qualquer reflexão que venhamos a fazer em busca de uma resposta a essa eterna pergunta, tem que ser feita à luz da fé e da razão, sempre buscando manter um equilíbrio entre todo e qualquer pensamento, seja ele de que origem for, se filosófica, psicológica ou teológica. Particularmente, prefiro ver o homem como um ser criado à imagem e semelhança de Deus, que se tornou imperfeito (decaído que foi pelo pecado original), porém, com uma capacidade que lhe foi dada ao ser constituído em sua essência, de sair de si mesmo, de toda a sua pequenez, em busca de seu Criador, do qual é eternamente dependente.



O que é o homem? Uma pergunta que ecoa na própria história humana e corre os dias sem resposta. Tão ampla é a pergunta que se subdividiu em múltiplas inquietações. Não seria mais importante perguntar: Quem é o homem? O que o constitui? Muita instabilidade se observa neste terreno. Muitas respostas superficiais foram dadas, afirmações subjetivas ou doutrinárias que não têm conduzido ao domínio da certeza. Um dos problemas está centrado na estrutura do conhecimento cultural. Tudo que o homem conhece da realidade objetiva e de si mesmo não é necessariamente o reflexo exato da objetividade. O homem conhece por observação e interpreta de acordo com os dados que ele possui acerca da realidade.
Desta forma, a cultura determina a visão que o homem tem de si mesmo e das razões elementares de sua existência. As respostas dependem da visão que cada cultura possui da existência. Entretanto, as culturas não têm esboçado respostas claras que possam levar o homem a entender quem realmente seja. Mas isto não significa que o homem tenha desistido. A busca por uma resposta continua sendo o fator determinante das raízes culturais. No entanto, o que se tem é apenas a hesitação. Decididamente, o homem não sabe quem é, não sabe para onde vai, qual é o sentido dos pequenos e grandes fatos que se sucedem em sua existência e, mais grave ainda, afasta estas questões de seu horizonte no cotidiano, tornando-se uma pálida imagem daquilo que está chamado a ser.

Quando a natureza toma conhecimento de si mesma na figura do homem, a razão se estabelece como pilar da busca pela compreensão. Na busca e na incerteza o homem decidiu viver de acordo com sua razão na tentativa última de experimentar um pouco de lucidez em meio a tanta inquietação.
O homem encontrou na razão as possíveis asas que o levariam a alçar os vôos em busca da liberdade. Entretanto, mesmo que a razão e a liberdade sejam os fatores que constituem a busca humana pela vida, não passam de instrumentos na tentativa de uma compreensão ampla da vida e de si mesmo. Então, outras perguntas se levantam: Por que vale a pena viver? Qual é o sentido da vida? Por que existem a dor e a morte? Qual é a razão do sofrimento humano? As inquietações humanas se manifestam como expressão da própria natureza da razão e está na raiz de todo movimento humano. Na produção cultural, fruto do exercício desta razão, nasce a religião. O desejo de compreender o sentido último da existência revela o senso religioso. A religião se apresenta como resposta mais plausível na busca inquietante por significado.
O homem é homem porque não cessa de interrogar-se sobre o sentido do mundo e não apenas porque é capaz de agir sobre ele, ou moldá-lo de acordo com suas necessidades. A religião é o homem que pergunta transcendendo para fora do ser, e buscando além de si a compreensão de sua origem e destino. Ao produzir cultura e religião, a razão humana não considera o pecado. Ao produzir no caminho terreno o homem não pode alcançar o eterno. O que significa afirmar que o homem não pode se achegar a Deus sem o auxílio do milagre da revelação. Sem a revelação, o homem buscou respostas e viveu estilo de vida diversificado.
A cultura é a criação de um mundo que faça sentido, que esteja em harmonia com os valores do homem que o constrói, que seja espelho, espaço amigo, lar, realização completa dos objetos desejados. No entanto, a cultura não é garantia de que o desejo foi alcançado; é externalização do desejo em meio à sua ausência. Enquanto o desejo não se realiza, resta cantá-lo, dizê-lo, celebrá-lo. A esperança nasce em meio ao pecado que escraviza e não permite ao homem encontrar o verdadeiro caminho.
A religiosidade, portanto, não significa que o homem tenha encontrado o caminho que conduz às respostas inquietante que deram origem à busca pela vida. Ser religioso ou postular uma religião não significa que o homem tenha encontrado a resposta. Significa nada mais nada menos que o homem procura a resposta. Encontrar o caminho passa necessariamente pela auto descoberta do homem como pecador que precisa de Deus.
No entanto, outra pergunta vai ecoar a partir deste ponto: O que é o pecado? É deixar de se conformar à lei moral de Deus na busca de ser o que o Criador projetou que fosse. O pecado está presente na estrutura do homem. Corrompe o seu desejo e o levanta contra Deus. Toda a produção cultural está influenciada pelo pecado, uma vez que o homem está dominado pelo mal.
Estar dominado pelo mal, não significa que o homem não seja capaz de praticar ações boas. Mas, que qualquer estilo de vida (cultura) produzido por sua razão está necessariamente distante de Deus. O encontro com Cristo é a revelação especial ansiada pelo homem e anunciada pelo próprio Deus nas Escrituras: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo.14:6). Se o homem deseja entender o seu caminho sobre a terra, deve se procurar no próprio Deus. Enquanto a religião é a busca por este caminho; Cristo Jesus é a resposta ao homem religioso.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O propósito de Deus para a Humanidade

A Escritura repetidas vezes afirma que a humanidade vive debaixo da escravidão, por exemplo: “E nós, igualmente, quando éramos crianças sujeitas aos elementos do mundo, éramos escravos” (Gálatas 4:3); “outrora, quando não conhecíeis a Deus, estáveis escravizados a deuses que, por sua própria natureza, não o são...” [Gálatas 4:8]; “Mas a Escritura sujeitou tudo ao pecado num cativeiro comum, a fim de que, pela fé de Jesus Cristo, a promessa fosse cumprida para os que crêem. Antes da chegada da fé, nós éramos mantidos em cativeiro, sob a lei, em vista da fé que devia ser revelada” (Gálatas 3:22s). A condição humana de escravidão é de tal natureza que nenhum ser humano pode se auto-libertar, precisando, portanto, de um Libertador ou Redentor - que nos outorgue o resgate, a alforria, a própria liberdade.

Jesus Cristo, o Filho de Deus, eternamente entregue em nosso benefício (Ef 1:4; 1Pd 1:18-20), assumiu a condição humana a fim de nos libertar (João 1:1-18; Filipenses 2,5-11) e nos fazer retornar à comunhão e submissão ao Pai Eterno. Foi da vontade e decisão de Deus que o Libertador vivesse uma vida plenamente humana e consagrada ao Pai [Hebreus 2:5-18], de forma a revelar não só o amor do Pai, como também a plena humanidade desejada pelo Criador. Assim, a redenção é conferida à humanidade mediante a integralidade da vida, morte e ressurreição de Cristo. Devido ao hábito de falarmos da morte salvífica de Jesus Cristo na cruz, comumente negligenciamos o caráter salvífico de toda a carreira terrena de Jesus. Nesta reflexão, gostaria, portanto, de apontar brevemente os principais aspectos salvíficos, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

1. Jesus Cristo liberta mediante a sua solidariedade com a humanidade escravizada, assumindo a nossa condição de escravos - Gálatas 4:4-7; Filipenses 2:5s. Jesus, nascido de mulher e sujeito à Lei é quem nos pode libertar. Jesus é o Libertador mediante a sua solidariedade conosco na escravidão que caracteriza a nossa humanidade. Sendo o Filho de Deus, Jesus assume solidariamente a nossa escravidão para que possamos, nEle, ser tornados filhos adotivos de Deus - deixamos de ser escravos e nos tornamos filhos e herdeiros de Deus - herdamos a vida!

De forma semelhante à perspectiva paulina de solidariedade, encontramos no Evangelho de Marcos a apresentação da solidariedade de Jesus com as pessoas impuras. O batismo é o primeiro sinal concreto dessa solidariedade, pois Jesus não tinha pecados de que se purificar, mas se deixa batizar representativamente pelos impuros e pecadores. O início de seu ministério na Galiléia também é expressão da solidariedade com pessoas impuras, uma vez que a Galiléia era região desprezada pelo judaísmo oficial, conforme atesta o próprio ditado popular “De Nazaré pode vir alguma coisa boa?”. Os sinais realizados por Jesus - curas, milagres e exorcismos - podem ser vistos, também, como expressões de sua solidariedade com as pessoas impuras. Em especial, o exorcismo é manifestação dessa solidariedade, pois, na linguagem dos Evangelhos, Jesus liberta as pessoas possessas por “espíritos impuros”. A comunhão de mesa com publicanos e pecadores é outra das expressões da solidariedade de Jesus com pessoas impuras, e Lhe rendeu polêmicas severas com as autoridades judaicas. Por fim, devemos destacar as ocasiões em que Jesus ou seus discípulos quebravam a “lei” conforme interpretada pelos fariseus de seu tempo. Os relatos dos atos de Jesus em Marcos 1:16-45 e o conjunto de controvérsias de Jesus com o judaísmo oficial em Marcos 2:1-3,6 são testemunhos textuais suficientes para compreendermos a solidariedade de Jesus com pessoas impuras, e com os pecadores em geral.

2. Jesus Cristo nos liberta mediante a sua fidelidade (fé) a Deus - Gálatas 2:16 (cp. Gálatas 3:22; Romanos 3:22.26): “Sabemos entretanto que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas somente pela fé em Cristo, a fim de sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da Lei, porque pelas obras da lei ninguém será justificado”. A tradução acima destaca a preposição de que, normalmente, é traduzida por “em”, o que torna o versículo redundante e pode conduzir a uma interpretação da fé em que esta se torna uma nova obra meritória para ganhar a salvação. A fé é nossa resposta à oferta graciosa da salvação por Deus, mas não é a base de nossa salvação. A base de nossa resposta é a fidelidade de Jesus Cristo ao Pai. O fundamento vétero-testamentário desta afirmação paulina é duplo: (1) Paulo interpreta a Lei como posterior à promessa de Deus a Abraão de que nele seriam abençoadas todas as famílias da terra - Gálatas 3:17s; (2) Paulo interpreta a vida justa - livre - como a vida do fiel a Deus, seguindo Habacuque 2:4 - no idioma hebraico, o termo que traduzimos por fé denota, igualmente fé e fidelidade.

Em que consistiu a fidelidade (fé) de Cristo, mediante a qual somos justificados (libertados)? Em sua completa e plena submissão à missão que lhe foi confiada pelo Pai que o enviou (Gálatas 4:4ss). O fundamento de nossa liberdade é a fidelidade de Cristo, e isto é determinante para uma correta compreensão de nossa libertação e justificação. Corremos o risco de confundir a fé em Cristo com o fundamento da salvação - a fé é o meio pelo qual recebemos a salvação. O fundamento da libertação é a fidelidade de Cristo a Deus, o Pai, que torna presente na história (vindo à plenitude dos tempos), a graça libertadora de Deus, agora disponível a todos os povos.

3. Jesus é o nosso Libertador porque Ele assume a nossa condição de malditos sob a Lei e morre representativamente por toda a humanidade (Gálatas 3:12-14). O domínio da Lei escraviza porque obriga a pessoa a guardar todas as suas prescrições e determinações, o que é impossível à humanidade carnal. Incapazes de obedecer todas as prescrições da Lei, a humanidade recai sob a maldição da Lei. Em sua morte na Cruz, Jesus torna-se o maldito por nós, libertando-nos da maldição da Lei: a morte e morte de cruz. Mediante a Sua morte na cruz, Jesus assume a maldição da lei sobre Si mesmo, e torna, assim, aberto o caminho da promessa, da bênção abraâmica, a todas as nações. Doravante, o acesso à promessa é efetuado mediante a fé, pela qual recebemos o Espírito Santo prometido (cf. Gálatas 3:1-5).

A polêmica paulina contra a Lei é ampla, e nem sempre bem-compreendida. Parece-me que o ponto principal dessa polêmica é que a Lei, embora inspirada por Deus, não serve como base para a salvação. A Lei não pode ocupar o lugar da graça, pois se assim o fizesse, a salvação teria como base o esforço humano e não a dádiva divina. Podemos pensar na Lei como um mapa para conhecermos a vontade de Deus, mas não como o caminho no qual realizamos nossa jornada. Jesus é o caminho, a Lei é apenas um mapa para nos ajudar a encontrar Jesus Cristo, o único Senhor e Salvador da humanidade e de toda a criação divina.

4. Jesus Cristo liberta a humanidade mediante a sua vida livremente entregue, abrindo para nós o acesso a uma vida de plena liberdade: “É para sermos verdadeiramente livres que Cristo nos libertou. Permanecei pois, firmes e não vos deixeis sujeitar de novo ao jugo da escravidão” (Gálatas 5:1-2). A morte de Jesus Cristo é a coroação de sua vida e ministério terrenos. Ele morreu a morte do fiel a Deus, do solidário com impuros e pecadores, do rebelde aos reinos humanos que prometem salvação e usurpam o lugar de Deus. Na morte, e morte de Cruz, a culpa e a condenação da humanidade foram também crucificadas, e pagas todas as dívidas que contra nós pesavam. Cruz é plena libertação, pois é a expressão máxima da solidariedade de Jesus com a humanidade pecadora. Nela, “aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado” (2Co 5:21) e o fez em nosso benefício!

A natureza humana é de tal modo frágil que, no caminho árido da liberdade (cf. o período de peregrinação dos hebreus no deserto após o êxodo), as tentações para voltar ao seguro e confortável caminho da escravidão são poderosamente sedutoras - seja a escravidão da Lei, seja a escravidão aos deuses que não o são de fato! Libertados por Cristo, podemos viver em plena liberdade da fé. E a liberdade dos que crêem é a liberdade para amar, pois a fé “age pelo amor” (Gálatas 5:6). Ainda por causa da nossa condição carnal, é necessária sempre a exortação: “Vós, irmãos, é para a liberdade que fostes chamados. Contanto, que esta liberdade não dê nenhuma oportunidade à carne! Mas pelo amor estejais a serviço uns dos outros. Pois toda a lei encontra o seu cumprimento nesta única palavra: Amarás a teu próximo como a ti mesmo.” (Gálatas 5:12-13) Livres da lei e dos ídolos, podemos viver na liberdade do amor - que é o fruto do Espírito da promessa, e o verdadeiro cumprimento da Lei.


5. Jesus Cristo liberta mediante a sua ressurreição dentre os mortos (Romanos 4:23-25). A ressurreição é o selo divino sobre a vida e morte do Filho, garantindo para a criação a sua filiação divina e sua realidade salvífica em nosso favor (Romanos 1:1-4). A ressurreição de Jesus é a ressurreição do encarnado, vivo, e crucificado. Evento histórico-escatológico, a ressurreição dá sentido definitivo e definidor à história da criação e das relações de Deus com sua criação. “Da história de Cristo resultam os seguintes horizontes de alvo e sentido: 1o. alvo: fé justificadora (cf. Romanos 4:25); 2o. alvo: domínio sobre mortos e vivos (cf. Romanos 14:9); 3o. alvo: superação da morte e nova criação [cf. 1Co 15:25-28]; 4o. alvo: Glorificação de Deus por meio de um mundo redimido (cf. Filipenses 2:9-11). O objetivo imediato é a justificação dos homens, mas o objetivo superior é a justificação de Deus; o objetivo comum consiste na justificação recíproca de Deus e dos homens e em sua vida comum em justiça. ... Com o ressuscitamento do Cristo morto por crucificação por Deus começa um processo universal de teodicéia que pode ser consumado pelo ressuscitamento escatológico de todos os mortos e pela destruição do poder da morte e, portanto, pela nova criação de todas as coisas. Então, esse processo de teodicéia se transforma em doxologia cósmica universal.” (MOLTMANN, J. O caminho de Jesus Cristo. Cristologia em dimensões messiânicas, Petrópolis, Vozes, 1993, p. 250




Conclusão

Minha intenção, com esta breve reflexão sobre a vida de Jesus Cristo como base de nossa salvação, é apenas a de destacar a importância e a necessidade de ampliarmos nossa visão e nossa reflexão a respeito da salvação. Uma doutrina da salvação baseada apenas na “cruz” de Cristo corre o risco de tornar a fé e a vida cristãs apenas questões de assentimento doutrinário e da vida privada, da vida do indivíduo com Deus. A fé e a vida cristãs afetam a totalidade de nossa vida: pessoal, social, econômica, cultural, política. Ampliando a nossa visão, crescerá o nosso discernimento. Maior discernimento, maior será a eficácia de nosso testemunho pessoal e ministerial. Maior será, então, a glorificação de Deus através de nossas vidas!

Knosis - Ele esvaziou-se de si mesmo

Sumário

1. Introdução

2. Seguindo o texto

"Sendo em a forma de Deus" não quer dizer que Deus Pai tem uma forma física (a mesma que Cristo também tinha, mesmo antes da encarnação). Quer dizer que o Verbo tinha a natureza permanente, essencial, interna, verdadeira e total de Deus o Pai.
"Não teve por usurpação o ser igual a Deus" pode ser traduzido "não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar." Cristo não considerou a manifestação da sua divindade no céu como um tesouro a que devia se agarrar e reter a todo custo. Na sua encarnação ele não se preocupou em reter nada dessa manifestação.
"Havendo sido feito na semelhança de homens e a forma de servo havendo tomado." Conforme:
Jo 1.14 E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Rm 1.13 Não quero, porém, irmãos, que ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido) para também ter entre vós algum fruto, como também entre os demais gentios.
Gl 4.4 Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.
Hb 2.14 E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo;
Hb 2.17 Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.
Mt 20.28 Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.
Este fato tremendo não pode ser compreendido pela mente humana: o infinito e santo Criador se fez semelhante às suas criaturas finitas e pecadoras, todavia sem ser contaminado pelo pecado. E além disso, se fez um humilde servo, Is 11.1 diz "... brotará um rebento do trono de Jessé...", não diz "do Rei Daví", mas "de Jessé", um pobre camponês.
"Humilhou-se a si mesmo..." O Verbo eterno se pôs na posição de Filho, de Servo, submeteu-se à autoridade, limitou-se, humilhou-se. Como Hb 5.8 "... aprendeu a obediência..." e Mt 26.39,42 "... todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres..." contrastam com Lúcifer em Is 14:13-14 "...Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono... e serei semelhante ao Altíssimo..."
Cristo "se fez obediente até a morte"
Mt 26.39 E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.
Jo 10.18 Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.
Hb 5.8 Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
Hb 12.2 Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.
Cristo morreu "morte mesmo de uma cruz", a pior, a mais degradante morte, física e judicialmente. Conforme:
Sl 22.1 Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?
Sl 22.6-8 Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo. Todos os que me vêem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo: Confiou no SENHOR, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer.
Sl 22.11-18 Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude. Muitos touros me cercaram; fortes touros de Basã me rodearam. Abriram contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge. Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas. A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar; e me puseste no pó da morte. Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as mãos e os pés. Poderia contar todos os meus ossos; eles vêem e me contemplam. Repartem entre si as minhas vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa.
Isaias 53.2-12 Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.
Gl 3.13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.
"Por isso, também Deus altamente lhe exaltou." Conforme:
Is 52.13 Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime.
Jo 17.1 Jesus falou assim e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti;
At 2.33 De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.
Hb 2.9 Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.
O Pai "lhe deu um nome que é sobre todo nome", isto é, Cristo tem a suprema posição de autoridade não só por ser o Criador e Deus, mas também por ter se humilhado e ter obedecido até a morte, morte de cruz, assim sendo o Salvador e Senhor. Conforme:
Ef 1.20-21 Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro;
Hb 1.4 Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.
Cristo será universalmente reconhecido como Senhor, por todos. Conforme:
Is 45.23 Por mim mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua.
Rm 10.9-10 A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.
Ap 5.13 E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.
Ap 7.9-12 Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus, Dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém.
Ap 14.6-7 E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.

2.1 Texto base
Fp 2:5-11:
De sorte que haja em vós este sentimento que há também em Cristo Jesus, o qual, sendo em a forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas fez a si mesmo de nenhuma reputação, a forma de servo havendo tomado, havendo sido feito na semelhança de homens; e, na figura havendo sido achado como um homem, humilhou-se a si mesmo havendo se tornado obediente até a morte, morte mesmo de uma cruz. Por isso, também Deus altamente lhe exaltou, e lhe deu um nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus o Pai.

2.2 Questão de tradução
Devemos preferir o que os dedicados crentes e eruditos ponderadamente traduziram na King James Bible: "fez a si mesmo de nenhuma reputação". Note como isto casa com a explicação do próprio texto: Cristo não se importou com sua reputação, mas "esvaziou-se a si próprio" apenas no sentido de se fazer de nenhuma fama ao tomar a forma de servo.

3. Erros graves
Erro1: "Cristo, enquanto aqui na terra, voluntariamente despiu-se, ficou sem seus atributos relativos de divindade (onisciência, onipotência, onipresença), enquanto retendo seus atributos imanentes (santidade, amor, verdade)". Os argumentos contrários a esta teoria são:
Refutação: Isto implicaria que Cristo, enquanto aqui na terra, ficou algo menos que pleno. Mas nem por 1 segundo Cristo foi (nem é, ou será) sequer 1mm menos que 100% Deus! Conforme textos abaixo:
João 1:1: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."
2Co 4:4: "Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus."
Cl 1:15: "O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;"
Cl 2:9: "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;"
Heb 1:3: "O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas;"
Erro2: mesmo que menos grave, no ensino que "Cristo, mesmo nunca deixando de ser 100% Deus, nunca chegando a ter 1mm a menos de nenhum dos seus atributos de divindade, voluntariamente deixou, aqui na terra, de exercer, usar alguns desses atributos: Onipresença Jo 11.14-15. Onisciência Lc 8.45-46. Onipotência Lc 5.19-20." Os defensores desta teoria alegam os versos:
Jo 11.14-15: "Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto; e folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis; mas vamos ter com ele."
Mc 13.32: "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai."
Lc 8.45-46: "E disse Jesus: Quem é que me tocou? E, negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e te oprime, e dizes: Quem é que me tocou? E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude."
Refutação: Mas os argumentos contrários a esta teoria são: Isto poderia ser possível para onipresença e onipotência, mas é impossível que se decida não saber o que já se sabe.
Em Mc 13.32 ("Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.") o contexto é Filho do Homem, Cristo como o homem perfeito, representando a humanidade.
Lc 8.45-46 é apenas antropomorfismo, Cristo rebaixando-se a falar em termos das limitações dos homens (como Deus perguntando a Adão "onde estás?" Gn 3.9).




4. Posições corretas.
A posição correta é que, como representante perfeito da humanidade e pelo ângulo da sua natureza humana perfeita, Cristo podia dizer que não era onisciente, não sabia do dia e da hora. Mas, na realidade, sua pessoa integral sempre foi e é e será onisciente, Cristo sempre soube qual será aquele dia e hora, pois sua inseparável e indesligável natureza divina é onisciente.
Analogia: um diplomata pode ao mesmo tempo saber de algo (como pessoa total) e não sabê-la (na qualidade de porta-voz do País)!

5. Historio do pensamento cristão sobre a encarnação.

Há muita polêmica nesse ponto. A questão toda encontra-se no âmago da doutrina da encarnação.
A questão da encarnação já vem sendo discutida ao longo dos muitos séculos antes da reforma.
Muitos pensadores, seja para defender a humanidade de Cristo, seja para enfocar o Sua divindade, elaboraram teorias para explicar o Cristo-Homem.

NEGAVAM A HUMANIDADE NEGAVAM A DEIDADE
ü Docéticos (Jesus teria apenas forma humana), ü Monarquianos modalistas (o único e mesmo Deus se manifestou em 3 modos diferentes: Pai, Filho e Espírito Santo. Ficaram conhecidos também como patripassionismo (no ocidente) e sabelianismo (no oriente) ). ü Ebionitas (Jesus foi escolhido por causa de sua piedade legal e por ocasião do batismo recebeu a filiação – adocionismo), ü Adocionismo de Hermas (Jesus homem, por sua dignidade, foi escolhido pelo Logos e, na ressurreição constituído Filho);ü monarquianos dinâmicos (defendiam que Jesus foi um homem deificado pelo Logos)



NEGAVAM A PLENA HUMANIDADE NEGAVAM A PLENA DEIDADE
Apolinarianismo (O Logos – Espírito - estaria no lugar da alma humana, de modo que Jesus não era plenamente homem. Se Cristo assim fosse, teria pecaminosidade) Arianismo (O Logos foi criado por Deus em determinado tempo da eternidade. Ele foi apenas o primeiro a ser criado, e, embora especialmente escolhido por Deus para a obra criadora que posteriormente haveria de ocorrer, o Logos não era Deus, mas um deus).


6. Teoria Kenótica

A teoria kenótica foi desenvolvida para tentar responder à questão: em que condições Cristo tornou-se homem?
Para enfatizar dois pontos importantes da encarnação (a humanidade de Cristo e a grandeza de Sua humilhação), o pensamento kenótico acredita que o logos de Deus reduziu-se a ponto de perder sua divindade até às dimensões de um mero homem para depois aumentar em sabedoria e poder até recuperar novamente a natureza divina.
Algumas nuances podem ser encontradas nessa teoria em diversos teólogos:
Tomásio disse que: apesar de reter atributos como poder, liberdade, santidade, verdade e amor, o Cristo despiu-se temporariamente de Seus atributos de onisciência, onipresença e onipotência, retomando-os na ressurreição.
Gess dizia que o logos, na encarnação, reduziu-se de modo absoluto às condições e aos limites da natureza humana de tal maneira que Sua consciência tornou-se pura consciência de uma alma humana.
Ebrard propunha uma vida dupla do logos.
ü Por um lado, reteve e exercia as suas perfeições divinas na vida trinitariana.
ü Por outro lado, reduziu-se às dimensões de um homem, dono de uma mera consciência humana;
Assim, o mesmo “eu” existiria, ao mesmo tempo, na forma eterna e na forma temporal, mostrando-se infinita e finita por igual modo.
Martensen postula no Cristo (Logos), durante o tempo da humilhação, uma vida dupla procedente de dois centros sem comunicação entre si.
ü Como Filho de Deus, Ele continuava em Suas funções cósmicas trinitarianas;
ü Na forma de Logos despotencializado, Ele nada sabia dessas funções, e só se reconhecia ser Deus no sentido em que tal conhecimento é possível às faculdades humanas.

7. E que sentido ele esvaziou-se na encarnação
Lembremo-nos que, para ser um salvador perfeito, Cristo deveria ser plenamente Deus (porque só Deus poderia nos salvar) e plenamente homem (porque o pecador inteiro necessita ser renovado). Esta foi a posição que a Igreja tomou para responder às mais diversas teorias a respeito do Logos-Homem.
Ora, tendo isto em mente, voltemos ao texto de Filipenses.
O contexto ensina-nos quanto à questão da humildade, incita-nos a buscar não só o bem de si mesmo, mas aquele que também é de outros. Tal exemplo é encontrado na pessoa de Cristo, “...o qual, em forma de Deus existindo continuamente, não de forma violenta conduziu-se para o continuar existindo de modo igual a Deus”. Atentemo-nos ao fato de que ele renunciou tal forma sem procurar mantê-la a todo custo, à força. Ele voluntariamente a despiu.
O exemplo supremo vem do próprio Senhor. Sua superioridade e soberania são incontestáveis, mas Ele, embora estando permanentemente na forma de Deus (a ênfase não está sobre o Seu poder, Seus atributos, Suas divindade, mas sobre a Sua forma, Seu exterior, Sua majestade, Sua glória), não agiu em defesa de sua condição eterna, “...mas esvaziou a si mesmo, tendo tomado a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e tendo sido achado em aspecto como homem, humilhou-se, tornando-se submisso até a morte, morte de cruz.”
Dessa maneira, o objeto implícito da ação realizada de esvaziar-se não é a divindade de Cristo, mas o seu estado de “e)n morf$= qeou=”, forma de Deus, para a “morfh\n dou/lou”, a forma de servo, “e)n o(moiw/mati a)nqrw/pwn geno/menoj” tornando-se em semelhança de homens.
O contexto trata do assunto da humilhação, sendo Cristo o modelo maior da Sua Igreja. A encarnação foi um ato de amor profundo da parte de Deus, porém, o Logos não deixou de ser verdadeiro Deus. Assim, a forma de servo não deprecia, em nada, a forma de Deus.
Teria Jesus desistido de algum atributo enquanto estava na terra? Fp. 2.5-7

Partindo deste texto, alguns teólogos da Alemanha, a partir de 1860-1880, e da Inglaterra 1890-1910, passaram a defender uma idéia de encarnaçãoque jamais fora defendida na história da igreja. Essa nova idéia foi chamada “teoria da kenosis”, e a posição geral representada por ela foi chamada “teologia kenótica”. A teoria da kenosis defende que Cristo abriu mão de alguns atributos divinos enquanto estava sobre a terra como homem. A palavra kenosis é tomada do verbo grego kenno, cujo significado geral é “esvaziar”, sendo traduzida por “esvaziou-se” em Fp 2.7. De acordo com a teoria Cristo esvaziou-se de alguns atributos divinos, tais como a onisciência, onipresença e onipotência, enquanto estava sobre a terra como homem, isto era visto como uma autolimitação voluntária da parte de Cristo, feita para cumprir sua obra de redenção. Mas será que Fp. 2.7 ensina que Cristo esvaziou-se de alguns de seus atributos divinos? E será que o restante do novo testamento ensina isso? A evidencia das Escrituras aponta para uma resposta negativa para as duas perguntas. Primeiro precisamos entender que nenhum mestre reconhecido dos primeiros 1800 anos da história da igreja, incluindo os que falavam grego desde o nascimento, pensava que esvaziou-se em Fp 2.7 significava que o filho de Deus abandonara alguns atributos divinos. Em segundo lugar, precisamos reconhecer que o texto não diz eu Cristo “esvaziou-se de alguns poderes” ou “esvaziou-se dos atributos divinos” ou algo parecido. Em terceiro lugar, o texto descreve o que Jesus fez neste esvaziamento: ele não o fez deixando alguns de seus atributos, mas, antes, assumindo a forma de servo, passando a viver como homem, e tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz Fp 2.8. Assim o próprio contexto interpreta esse “esvaziar-se” como equivalente a “humilhar-se” e assumir condição e posição inferior. Assim, a NIV, em vez de traduzir a frase “a si mesmo se esvaziou”, traduz “mas se tounou nada”. Nesse contexto o esvaziamento inclui mudança de função e condição, não de atributos essenciais.
Um quarto motivo para essa interpretação encontra-se no propósito de Paulo neste contexto. Seu propósito é convencer os filipenses: “nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um dos outros superiores a si mesmo” Fp. 2.3. Ele continua: “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, se não também cada qual, o que é dos outros” Fp. 2.4. Para convencê-los a ser humildes e a colocar os interesses dos outros em primeiro lugar, ele então levanta o exemplo de Cristo em Fp. 2.5-7.
Agora ao levantar Cristo como exemplo, ele quer que os filipenses imitem a Cristo. Mas com certeza ele não está pedindo que os cristãos filipenses “abandonem” ou “coloquem de lado” algum de seus atributos ou habilidades essenciais! Ele não lhes está pedindo que “abandonem” sua inteligência, ou força, ou capacidade, tornando-se uma versão inferior do que são. Antes, está pedindo que coloquem os interesses dos outros em primeiro lugar. E porque esse é o objetivo, pelo contexto é coerente compreender que ele está empregando Cristo como o exemplo supremo de alguém que fez exatamente isso: colocou os interesses dos outros em primeiro lugar e dispôs-se a abrir mão de alguns de seus privilégios e de sua condição como Deus.
Assim, a melhor compreensão dessa passagem é que ela fala de Jesus deixando a condição e o privilégio que possuía no céu, não se apegou as vantagens pessoais, mas esvaziou-se ou humilhou-se por nós e passou a viver como homem. Jesus fala em outro lugar da glória que possuía com o Pai antes que houvesse mundo Jo 17.5, glória que deixou e que receberia de volta quando voltasse ao céu. E Paulo podia falar de Cristo, que sendo rico, se fez pobre 2Co 8.9, de novo aludindo ao privilégio e honra que merecia, mas que deixara temporariamente por nós.
O quinto e ultimo motivo pelo qual a “teoria da Kenosis” em Fp 2.7 deve ser rejeitada é o contexto mais amplo do ensino do Novo Testamento e o ensino doutrinário de toda Bíblia. Se fosse verdade que ocorreu um fato tão importante como esse – que o Filho eterno de Deus abandonou, por um momento, todos os atributos de Deus, deixando por um momento, de ser onisciente, onipotente e onipresente, por exemplo – então, seria de esperar que tal fato incrível fosse ensinado por repetidas vezes e de forma clara no Novo Testamento, em vez de se encontrar na interpretação muito duvidosa de uma palavra de uma epistola. Mas vemos o oposto disso: não encontramos declarado em nenhum outro lugar que o Filho de Deus deixou de possuir alguns dos atributos de Deus que possuía desde a eternidade. De fato, se a teoria da kenosis fosse verdadeira (e esta é uma objeção fundamental contra ela), já não poderíamos afirmar que Jesus era plenamente Deus enquanto estava aqui na terra. A teoria da kenosis nega em ultima análise a plena divindade de Jesus Cristo e o torna menos que Deus pleno. S. M. Smith admite: “Todas as formas de ortodoxia clássica ou rejeitam explicitamente ou rejeitam em principio a teologia kenótica”.
É importante compreender que o principal motivo que levou as pessoas a aceitar a teoria kenótica não era a descoberta de uma compreensão melhor de Fp 2.7 ou de alguma outra passagem do Novo Testamento, mas o crescente desconforto que sentiam diante das formulações da doutrina de Cristo na ortodoxia histórica clássica. Parecia por demais incrivel para para pessoas racionais e cientificas crer que Jesus Cristo podia ser verdadeiramente humano e plena e absolutamente Deus ao mesmo tempo. A teoria da kenosis passou a ser um jeito cada vez mais aceitável de dizer que (de algum modo) Jesus era Deus, mas um tipo de Deus que havia deixado, por algum tempo, algumas de suas qualidades divinas, aquelas qualidades que as pessoas tinham mais dificuldade em aceitar no mundo moderno.


8. O debate a respeito da natureza de Jesus
Grandes foram as discussões sobre a natureza de Cristo. Vários teólogos discutiram por muito e muito tempo sobre a essa questão e ao que nos parece poucos conseguiram chegar a uma conclusão plausível do que a bíblia diz sobre a natureza de Jesus. E ainda hoje, tanto tempo depois do concilio de Nicéia e de outros, ainda temos debates sobre a questão. Vejamos alguns ensinamentos...
8.1 Ensinamentos que negam a divindade
Arianismo
Ário ensinava que Jesus não era Deus. Foi condenado pelo Concílio de Nicéia, em 325, mas a sua heresia perdurou após o Concílio, porque os bispos arianos conseguiam a proteção do imperador. Todo o problema começou na pessoa de Ário (256-336) que era presbítero de Alexandria. Ário talvez nascera na Líbia. Em 313, quando era diácono, foi excluído pelo patriarca de Alexandria, Pedro, por ter apoiado alguns pontos de vistas de Melétio de Licópoles, mas no mesmo ano o sucessor de Pedro, Aquiles, o reintegrou ao ministério. Depois se tornou presbítero de Baucalis. Foi aí que Ário começou com a idéia de que o logoV (Cristo) teve uma criação, ou seja, não era pré-existente, não era igual ao Pai em nível de substância e muito menos era co-eterno com Ele. Em 318 Ário foi censurado, mas persistiu nas idéias, até que em 321 foi excluído. Mas o problema não era tão fácil, Eusébio de Cesaréia e outros simpatizavam com a doutrina proposta por Ário, dividindo a igreja oriental.
“Nós pensamos e afirmamos como temos pensado e continuamos a ensinar: que o Filho não é ingênito, nem participa absolutamente do ingênito, nem derivou de alguma substância, mas que por sua própria vontade e decisão existiu antes dos tempos e era inteiramente Deus, unigênito e imutável. Mas, antes de ter sido gerado ou criado ou estabelecido, ele não existia, pois ele não era ingênito. Somos perseguidos porque afirmamos que o Filho tem um início enquanto Deus é sem início. Eis por que somos perseguidos, e também porque afirmamos que ele é do que não é, justificando essa afirmação porquanto ele não é parte de Deus nem deriva de substância alguma.” – Carta de Ário a Eusébio, bispo de Nicomédia (c. 321)
Como o problema era sério, o imperador Constantino, convocou o Concílio de Nicéia para resolver a situação. Nesse concílio foi feito um credo, cujo texto destacamos abaixo:
“Examinou-se, de início, perante Constantino, nosso soberano mui amado de Deus, a impiedade e irregularidade de Ário e de seus discípulos. Decidiu-se por unanimidade que devem ser anatematizadas suas opiniões ímpias e todas as suas afirmações e expressões blasfematórias, tal como estão emitidas e divulgadas, tais como: ‘o Filho de Deus é do que não é’, ‘houve [um tempo] quando não existia’; ou afirmação de que o Filho de Deus, em virtude de seu livre arbítrio, é capaz do bem e do mal, ou de que pode ser chamado de criatura ou de feitura. Todas estas afirmações são anatematizadas pelo santo sínodo [que se constituiu em Nicéia], que não tolera declarações tão ímpias, tão dementes e blasfematórias...” – Carta do Sínodo de Nicéia (325) – Condenação de Ário
Mas Ário ainda assim criou um outro credo para sua apologia. Constantino então ficou impressionado com o credo de Ário e o recebeu de novo em 331, e ainda ordenou ao bispo de Constantinopla, que o recebesse em comunhão novamente, mas no dia da cerimônia Ário faleceu. Ário tinha a idéia dominante que era o princípio monoteísta, ou seja, há um só Deus eterno que não é criado, não gerado, não originado. Para Ário, o logoV era uma espécie de energia divina que encarnara no homem Jesus. Esse logoV teve um princípio, um começo, uma criação. O verbo, numa certa altura da história, foi criado para um devido propósito, fora uma criação do nada como a criação do mundo (kosmoV). Jesus não tinha essência divina, pois o logoV que estava encarnado no homem Jesus é uma criatura, a primeira criatura.
feita por Deus Pai, e uma criatura não pode ter a mesma essência/substância do Criador. A criação de Jesus foi importante nessa doutrina, pois o surgimento do logoV ajudou o Pai eterno na criação do mundo. Jesus é um ser mutável e foi chamado filho de Deus devido sua glória futura, a qual foi escolhido. O Filho não tem como ser igual ao Pai, mas está acima de outras criaturas, inclusive o homem, por isso não é errado venerar o Filho. Ário via em Jesus um ser intermediário entre Deus e os homens, porém Deus é somente o Pai que é Uno e Indivisível. Ário abalou sua época com suas idéias, porém não foi com argumentos vazios, mas usou as escrituras para apoiar as suas idéias. Vejamos quais são as provas escriturísticas usada por Ário:
a. Pv 8:22 na septuaginta: "O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, antes de suas obras mais antigas".
b. Mt 28:18: "Jesus falou: É me dado todo poder no céu e na terra".
c. Mc 13:32: "Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o filho, senão o Pai" .
d. Lc 18:19: "Respondeu Jesus : Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus".
e. João 5:19: "Jesus respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma; ele só pode fazer o que vê o Pai fazendo, porque tudo o que o Pai faz, o Filho faz igualmente".
f. Jo 14:28: "... eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu".
g. I Co 15:28: "E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos".
Como vemos, Ário usou versículos que confundiram até mesmo teólogos importantes. Também fizera menção de outros seres semidivinos e na cristologia ariana a obra de redenção praticamente é repudiada, pois a divindade de Cristo é negada. O concílio de Nicéia realizado em 325 condenou oficialmente o arianismo. Atanásio opôs a essa doutrina como também Ósio.
Ceríntios
O termo está associado ao seu mestre, Cerinto, que foi um gnóstico sincrético, judeu de raça, que ensinou suas heresias a respeito de Jesus e do cristianismo na mesma época do Apóstolo João. É dito que João, o Evangelista encontrou uma vez Cerinto num banho público, para o qual ele havia ido para se lavar e imediatamente apressou-se em sair, clamando: "Voemos para fora desse lugar, antes que esse banho se despedace; pois Cerinto está ai, o inimigo da verdade."
Como todos os judeus heréticos, Cerinto denunciou Paulo como um inimigo da circuncisão, e rejeitou suas Epístolas. Assim como os ebionitas, adotava apenas o evangelho de Mateus como Escritura. Seu ensinamento sobre o Salvador era curioso; pois ele afirmava que originalmente Jesus era um mero homem, o filho de José e Maria, mas quando ele foi batizado no Jordão, o espírito de Cristo desceu sobre ele na forma de pomba e deu ao homem Jesus o poder de realizar os milagres de seu ministério público. Na Crucificação, Cristo e Jesus foram separados novamente; Cristo ascendeu de novo ao céu, enquanto Jesus, abandonado à sua fragilidade humana, sofreu a morte na Cruz. Cerinto é também tido por alguns como sendo o autor da heresia do Chiliasmo ou Milenarismo, uma falsa doutrina baseada num escrito do salmista dizendo que mil anos à vista do Senhor não é mais do que um único dia. Daí ele (Cerinto) deduziu que já que o mundo foi criado em seis dias, seguido pelo sábado, ele então continuará a existir seis mil anos, após os quais virá um milênio de festa e delícias sensuais, que será a era Messiânica. Um tipo de milênio espiritual foi pregado por certos Pais Apostólicos durante as perseguições, inspirados pela crença que Cristo regressaria logo, trazendo a salvação para eles.
Irineu, em sua obra Contra Heresias, informa-nos sobre Cerinto e seus ensinamentos na região da Ásia Menor, possivelmente em Éfeso. O bispo Epifânio, de Salamis, falecido em 403 d.C., afirma que Cerinto nasceu no Egito e educou-se em Alexandria.
Ebionismo
O termo grego "ebionaioi" é a transliteração do vocábulo hebraico "ebionim", que significa "pobres". Os ebionitas apareceram no ano 107 da era cristã, e eram "vamos assim dizer" judeus-cristãos. Essa seita tinha um ensino exagerado sobre pobreza. Como judeus, eles tinham dificuldades de aceitar a divindade de Cristo - devido o monoteísmo judaico. Não gostavam dos escritos de Paulo, pois a teologia paulina prega a justificação pela fé, e os ebionitas observarvam a lei mosaica, inclusive a circuncisão. Consideravam então, Paulo um apóstata da lei mosaica. Negavam a divindade de Jesus e o nascimento virginal, pois no velho testamento ordena que, somente a Deus se deve adorar - monoteísmo. Para eles Jesus foi um homem como outro qualquer, mas que observou a lei de forma especial sendo assim escolhido por Deus para ser o Messias. Jesus teria sido capacitado pelo Espírito Santo no batismo, para o cumprimento de uma tarefa divina, assim logicamente Jesus não tem como ser pré-existente. Nenhum concílio condenou oficialmente o ebionismo, mas Tertuliano, Irineu, Hipólio, Eusébio e Orígenes foram opositores de grande peso. Interessante é que Justino Mártir, era um pouco "gentil" com os ebionitas.




8.2 Ensinamentos que negam a humanidade
Monofisimo
Querendo afirmar a real união das duas naturezas em Jesus, a divina e a humana, conclui que a união é tão íntima que Jesus tem apenas uma natureza (= monofisis), a divina, que absorve a natureza humana.
Docetismo
Esse pensamento é predominante no final do primeiro século. Apareceu no ano 70 da era cristã, e até o ano 170 ainda tinha proponentes. Vemos em Basílides o grande defensor do docetismo. Basílides era um gnóstico do segundo século, que talvez tenha escrito um evangelho e uma exposição sobre esse evangelho de vinte e quatro volumes. Ele ensinou em Alexandria e era amigo de Valentino, um dos mais famosos gnósticos. Ensinava que o homem precisa controlar seus desejos, não podendo nem amar, nem odiar. O docetismo, como podemos ver, têm uma grande ligação com o gnosticismo que já havia aparecido desde a época apostólica. Docetismo é uma palavra que vem do grego, Docew, que significa "parecer". Essa referência grega, dizia respeito ao corpo aprisionado pelo aeon (poder angelical), em que esse corpo é um fantasma ou uma sombra, não um corpo verdadeiro e real como de um ser humano qualquer. Para os gnósticos, a matéria é ruim, e o logoV, que é o aeon, no gnosticismo, não se envolveria com a matéria que é o princípio do pecado. Por isso Cristo parecia estar numa matéria carnal, mas na verdade ele era diferente. Cristo era bom e a matéria é essencialmente má, não havendo possibilidade de união entre o logoV e um corpo terreno. Os docetas, crendo assim negavam a humanidade de Jesus, dizendo que ele parecia ser humano, mas era divino. Não houve uma condenação oficial a esse pensamento, mas Irineu e Hipólio foram os opositores a essa idéia filosófica grega e pagã da época, mas que foi introduzida na igreja daqueles tempos.
Apolinarianismo
Esse nome se deriva de Apolinário, que era bispo de Laodicéia da Síria, nos fins do quarto século. Este se opôs ao arianismo até por demais. Nessa doutrina, Apolinário dizia que, o logoV assumiu corpo físico pela encarnação. A questão da mutabilidade do logoV, pregada pelos arianos era condenada por Apolinário, pois para ele, o divino ao se encarnar não deixou de ser divino nem compartilhou divindade ou energia com a humanidade de Cristo, mas continuou com sua característica divina, pois algo espiritual não pode misturar com a carne (SarkoV ), visto ser o logoV algo perfeito e a carne algo pecaminoso. Hägglund arrisca dizer que, Apolinário parecia entender que Deus em Cristo foi transmutado em carne, e essa carne então foi transmutada pela natureza divina. Para Apolinário a natureza humana de Jesus tinha qualidades divinas, pois o logoV é da mesma substância do Pai não tendo como haver uma espécie de simbiose entre duas naturezas totalmente opostas. Cristo Jesus não teria então herança genética de Maria, pois se assim fosse, sua carne (Swma) seria como a dos homens comuns, todavia ele trouxe do céu uma, "vamos assim dizer", carne celestial; o ventre de Maria seria apenas um lugar para o desenvolvimento do feto. Bem resumidamente podemos dizer que, Apolinário negou a humanidade de Jesus Cristo, assim sendo, o logoV tomou o lugar da mente humana. Jesus não tinha alma humana. Essa doutrina têm um pouco à ver com o docetismo, pois ambos vêem Cristo como ser "metafísico". Após vários sínodos locais o terem condenado, em 381 o Concílio de Constantinopla o condenou oficialmente. Temos em Vitalis, Papa Dâmaso, Basílio, Teodósio, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa os principais opositores, ou seja, a oposição a Apolinário partiu particularmente dos capadocianos e da escola antioquena.

8.3 Ensinamentos que aceitam as duas naturezas, mas com desvios doutrinários.
Elquesaítas
Eram os seguidores de Elquesai, que dizia ter tido uma visão de um anjo que lhe trouxera revelações. Quem aceitasse os ensinamentos de Elquesai, teria alcance ao perdão dos pecados. Os membros dessa seita rejeitaram o nascimento virginal de Cristo, nascido este assim como outro qualquer. Mesmo assim Jesus era considerado um anjo superior, o mais elevado arcanjo. Essa seita era de natureza judaica, porém sincrética, pois além de observarem a lei praticavam a mágica e a astrologia. Esses e os seus ensinamentos, quase não são mencionados nos livros de cristologia e história da igreja.
Nestorianismo
Jesus Cristo consta de duas pessoas: a segunda Pessoa divina e o Homem Jesus. Quebrando a unidade do Redentor, afirma que a união do Homem e do Filho é como a de dois pedaços de madeira amarrados: há apenas conjunção, não união. Deste modo, nega a encarnação do Filho, pois o Homem Jesus não é divino e, portanto, Maria não é Mãe de Deus, mas apenas do Homem Jesus. Essa teoria surgiu no ano 431. Na realidade essa teoria foi recheada de desejos pelo poder eclesiástico, ou seja, Nestório era da "escola" de Antioquia e Cirilo era de Alexandria, e ambos lutavam pelo poder de dominar o oriente eclesiasticamente e nessa briga entrou questões teológicas, o que era normal de acontecer. Nestório via o divino e o humano como antítese. Ele, na verdade, foi defensor da teologia de Antioquia, que ensinava que as naturezas divina e humana presentes na pessoa de Cristo não podem ser confundidas, pois elas não se fundem, acontecendo na realidade ter Cristo duas partes ou divisões, uma humana e outra divina. Essa teoria explica que quando Cristo tinha fome, era a parte humana que estava em ação, mas quando Jesus andou por sobre as águas ou fez milagres, o que estava em ação era a parte divina. Jesus então era uma pessoa dividida em duas partes com operações parceladas. A idéia de que Cristo agia com toda sua personalidade era inaceitável para Nestório. Outra questão entre Nestório e seu opositor Cirilo de Alexandria, fora sobre a expressão THEOTÓKOS, pois para Nestório, Maria deu à luz ao descendente de Davi, no qual o logoV residiu, por isso seria errado dizer que Maria é mãe de Deus, ou seja, Maria fora mãe da parte humana de Jesus sendo assim impossível ela ser mãe da parte divina, em que está a divindade de Jesus. Nestório preferia a expressão XRISTOTOKOS. O sínodo de Éfeso realizado no ano 431 apoiou a teologia alexandrina, e Nestório foi declarado herege e ainda foi exilado, mas mesmo assim os nestorianos organizaram uma igreja independente na Pérsia. Apesar de não terem crescidos tanto, há igrejas nestorianas existentes até hoje como, por exemplo, a Igreja de São Tomé na índia .
Monarquianismo
Essa designação foi dada pela primeira vez por Tertuliano. O que aconteceu foi que, a defesa doutrinária dos apologetas, dos pais anti-gnósticos e dos pais alexandrinos sobre o logoV, não satisfez as dúvidas teológicas de todos na época. A teologia cristológica ainda estava sem consistência e nova, surgindo assim novos pensamentos. O monarquianismo surgiu no século III e a grande dificuldade era combinar a fé no Deus único (monoteísta) com a nova fé cristã, no qual Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Contra a idéia do logoV defendiam a "monarquia" do Pai, do Deus uno e eterno. Essa dificuldade era complicada de resolver, pois de um lado tinha aqueles que criam que o logoV era uma pessoa divina, parecendo ferir a idéia monoteísta, de outro lado havia os que defendiam a idéia de que o logoV era subordinado ao Pai, o que parecia ferir a deidade de Cristo. Nesse conflito teológico originou dois tipos de pensamentos que são: o monarquianismo dinâmico, conhecido também como adopcionismo e o segundo monarquianismo modalista.
a) Monarquianismo dinâmico: Foi uma tentativa de resguardar a unicidade de Deus. Essa idéia tinha traços do ebionismo que, pregava ser Jesus apenas homem. Teodoto de Bizâncio foi o primeiro a sugerir a idéia. Ele era contra a cristologia do logoV , negava a afirmação de que Jesus Cristo é Deus. Achava mais seguro afirmar que Jesus era um mero homem. Não negava o nascimento virginal, mas esse nascimento não divinizava Jesus, ele continuava sendo um simples homem, apesar de ser justo. Teodoto sistematizou a vida de Jesus em tempos, ou seja, Jesus no início viveu como todo homem vive seu cotidiano, normalmente. Posteriormente, na ocasião de seu batismo Jesus recebeu poder do alto que o ativou para o seu ministério. Essa idéia recebeu o nome de: dinamismo; Jesus então era um profeta e não Deus, e um profeta com unção divina (assim como Elias, Eliseu...). Somente após a ressurreição, Jesus Cristo uniu-se a Deus. Teodoto para fazer apologia à unicidade do Pai teve que ter um bom argumento, e para isso teve que pelo menos negar a deidade de Jesus, se igualando aos ebionitas. O bispo Vítor de Roma excomungou Teodoto, mas a idéia deixada por ele não teve como ser banida, tanto que Paulo de Samósata que foi bispo de Antioquia por volta de 260, defendeu essa forma dinâmica do monarquianismo .Paulo de Samósata foi mais longe um pouco que Teodoto e afirmou que, o logoV é identificado com razão ou sabedoria e que essas igualdades não são peculiares ao Cristo encarnado, mas sim um adjetivo que qualquer homem pode ter, ou seja, diminuiu mais ainda a deidade de Jesus Cristo. O que aconteceu então foi que a sabedoria divina habitou no homem Jesus, e isso não significa que ele seja uma pessoa divina. As doutrinas de Tertuliano sobre o logoV como sendo uma pessoa e a de Orígenes sobre o logoV como hipóstase independente foram rejeitadas por Paulo de Samósata. Paulo em 268 foi declarado herege, mas suas idéias apareceram mais tarde de alguma forma no socinianismo, na neologia e em alguns ramos da teologia liberal.
b) Monarquianismo Modalista: Essa é a outra forma de monarquianismo, ou seja, é o outro modo de apologizar o unitarismo divino. O modalismo (como também era conhecido) diferente do adopcionismo que, dizia que Jesus era adotado por Deus, pregava que Jesus era Deus, mas que se manifestara como criador do mundo (Pai), depois essa mesma pessoa viera na Terra se encarnando em Jesus para salvar o homem (Filho) e hoje ele se manifesta como Espírito Santo. Para o modalismo há uma só pessoa, que se manifestou de formas e nomes diferentes. A idéia do monoteísmo judaico não fora ferida. No ocidente era chamado de patripassianismo, por ensinar que a pessoa do Pai foi a que se encarnou em Jesus, sendo a mesma pessoa que criou o mundo e depois foi crucificada. Já no oriente, essa doutrina era conhecida como sabelianismo, palavra derivada do nome de Sabélio, o grande defensor da idéia, e que esteve ensinando em Roma por volta de 215. Sabélio negou a trindade, pois não há três pessoas e sim uma pessoa que se manifesta na história. Outra pessoa a defender o modalismo foi Noeto. Esse dizia que, o Pai e o Filho além de serem da mesma essência e substância, eram a mesma pessoa, só mudando o nome e a forma de atuação. Todos esses na realidade disseram a mesma coisa, e para entendermos melhor a idéia modalista vejamos essa frase que é atribuída a Sabélio: "Deus, com respeito à hipóstase é um, mas foi personificado na Escritura de várias maneiras segundo a necessidade do momento". (Basílio, Epístola 214). Em 261 as doutrinas de Sabélio foram rejeitadas e condenas heréticas pela Igreja por negar a distinção das pessoas divinas na tentativa de resgatar uma teologia unicista para o cristianismo.
Eutiquianismo
Essa expressão é derivada do nome Eutiques, que era um abade ou arquimandrita de um mosteiro fora de Constantinopla, no quinto século. Eutiques era discípulo de Cirilo de Alexandria, o opositor a Nestório. Essa teoria ensinava que devido à encarnação do logoV, a natureza humana de Jesus fora absorvida pela divina, tornando Jesus Cristo um homem especial, ou seja, a humanidade de Cristo era diferente de um homem comum, isso em nível de essência. Por ensinar essa teoria, Eutiques fora excomungado de Constantinopla. O Papa Leão I convocou então um sínodo em Éfeso no ano 449, mas o partido alexandrino defendeu Eutiques (eram amigos) e esse voltou ao seu ministério. Aliás, esse sínodo foi uma bagunça; para começar o Papa Leão I expôs sua idéia numa carta ao bispo Flaviano de Constantinopla, mas a idéia não foi discutida. O tumulto desse sínodo lhe deu o nome de "Sínodo dos ladrões" e não é reconhecido como concílio ecumênico. Leão I não ficou satisfeito com tais resultados, e em 451 houve outro concílio, agora em Calcedônia. Nesse último, com mais organização a idéia de Eutiques que, era alexandrina foi rejeitada e a posição do Papa Leão I foi aceita. Podemos dizer que o principal opositor foi o Papa Leão I, mas outros como Flaviano de Constantinopla, Teodoreto e Eusébio de Doriléia tiveram sua importância.
Monofisismo – Essa palavra é derivada de outras duas palavras gregas que são: monoV = único e jusiV = natureza. A morfologia da palavra já explica o que essa teoria ensina, ou seja, Cristo tem uma só natureza, que é composta. Uma das formulações dessa idéia diz que, uma energia única uniu as duas naturezas, tão perfeitamente que não restou distinção entre as duas naturezas. Outra formulação explica que, a humanidade de Cristo foi transformada pela divina, havendo uma espécie de simbiose, fazendo de Jesus um homem impecável e divino, ou seja, a parte físico-humana de Jesus foi transformada numa natureza divina. Parece-"me" que essa teoria tem uma pitada de outras "heresias" passadas (Apolinarianismo, Eutiquianismo). Na realidade, o que houve foi que, grupos não aceitaram a posição calcedoniana, alegando que tal concílio negou a unidade de Cristo. Severo de Antioquia, que era defensor da teoria, dizia que, o logoV só tem uma natureza, a saber, a que se fez carne. Ele defendia que "uma natureza" é equivalente a "hipóstase ou uma pessoa". Os monofisistas achavam impossível dizer que Cristo têm duas naturezas e ao mesmo tempo têm um corpo ou é uma pessoa apenas. "Talvez tentaram fazer teologia usando regras matemáticas e logicamente a resposta sempre dava errada". Além de Severo, Julião de Halicarnasso defendeu essa idéia que frequentemente era conhecida como "docetismo incorruptível". Outros também compraram a briga como, Estífano Niobes. Em 451 o monofisismo foi condenado, e o concílio de Constantinopla, de 680 também rejeitou o monofisismo, mas os Jacobitas Sírios, as igrejas cópticas, abissínia e armênia adotaram a idéia monofisista.
Monotelismo
Tal palavra também vem do grego, monoV = único e qelhsiV = vontade. Assim sendo, essa idéia que surgiu dentro dos monofisistas perguntavam o seguinte: a vontade pertence à pessoa ou à natureza? Isso em Cristo é claro! A resposta dada por eles (os monotelitas) era que, Cristo tinha apenas uma vontade, negando que tinha vontades humanas. Paradoxalmente aos monotelitas, os duotelitas pregavam ter Cristo duas vontades como também duas naturezas. O sexto Concílio ecumênico, de Constantinopla, realizado no ano 680 adotou a doutrina das duas vontades como doutrina ortodoxa, porém a vontade humana é subordinada à divina, não havendo diminuição da humana nem absorção de uma natureza na outra, e ainda as duas se unem e agem em perfeita harmonia.













9. Principais heresias modernas sobre a natureza de Cristo

Grupos religiosos modernos Resumo Cristologia Antiga
1 – Branhamismo Teologia unicista – Deus é uma pessoa e uma essência manifestada de modos diferentes. Monarquianismo Modalista Sabelianismo
2 – Meninos de Deus Confunde as duas naturezas: Jesus teve um início! NestorianismoArianismo
3 – Cristadelfianismo Jesus fez expiação pelos seus próprios pecados e era perfeito somente com relação à sua natureza divina. Negam qualquer divindade única em Cristo NestorianismoArianismo
4 – Ciência Cristã Jesus possui apenas uma natureza – a humana! O Cristo é uma idéia divina. EbionismoNestorianismo
5 – Igreja do Entendimento Bíblico Jesus é Salvador, mas não o Deus Salvador. Arianismo
6 – Igreja Universal e Triunfante “Jesus” e “Cristo” são dois conceitos separados. O primeiro foi um homem que viveu há cerca de 2.000 anos. EbionismoNestorianismo
7 – Ciência Divina Cristo é um princípio interior. Gnosticismo
8 – Igreja Internacional da Sabedoria Eterna Deus não pode ser antropomórfico; portanto, Jesus não pode ser Deus. Ebionismo ArianismoNestorianismo
9 – Testemunhas de Jeová Jesus teve um início, como o Filho de Deus criado. Arianismo
10 - Mormonismo A divindade de Jesus não é mais única do que a de toda a humanidade. Nenhum paralelo real – traços de Ebionismo, Arianismo, Antropomorfismo e Monarquianismo Dinâmico.
11 – Pentecostalismo Unicista Deus não é Trindade de três pessoas e uma essência, mas uma essência e uma pessoa que se manifesta de três modos diferentes e em diversas dispensações. Monarquianismo Modalista Sabelianismo
12 – Ciência Religiosa “Jesus” deve ser distinto “do Cristo”. EbionismoGnosticismo
13 – Rosacrucianismo A Cristologia é idêntica à da Ciência Religiosa e das ciências da mente Traços de Ebinismo
14 - Swedenborguianismo Deve ser feita uma distinção entre “Jesus” e “Cristo”. O primeiro era meramente humano. A Trindade, assim como “amor, sabedoria e atividade”, são aspectos de uma só pessoa e não de três. NestorianismoMonarquianismo ModalistaSabelianismo
15 - Teosofia Jesus é divino no mesmo sentido e que todas as pessoas também são. O Jesus histórico era meramente humano. Traços de Arianismo e de Gnosticismo
16 – Igreja da Unificação O corpo de Jesus permaneceu no sepulcro, enquanto seu espírito subiu ao Céu. A morte de Jesus foi um acidente lamentável. GnosticismoDualismoNestorianismo
17 – Escola da Unidade do Cristianismo Jesus é o nome de uma pessoa em particular. EbionismoGnosticismo
18 – Sociedade Vedanta O corpo de Jesus morreu; isso é irrelevante; somente a sua divindade é importante. Monofisismo
19 – Caminho Internacional Jesus não é Deus, porque Deus não pode morrer! Jesus era humano. NestorianismoArianismo
20 – Igreja Mundial de Deus (versão de Armstrong) Corpo que morreu na cruz não era o mesmo que ressuscitou dentre os mortos. Depois da ressurreição de Jesus, ele passou a possuir uma única natureza divina. MonofisismoAntropomorfismo






10. Conclusão

A questão da encarnação desenvolveu-se ao longo da História nas mais diversas teorias. Ora enfocando a divindade de Cristo, ora, a sua humanidade.
Como pudemos observar, a questão de como o Eterno Filho se fez carne na pessoa de Jesus Cristo foi amplamente discutida pela Igreja durante os séculos passados.
Como entender o Logos em sua encarnação era um dos problemas encontrados. Uns acreditavam que o Logos uniu-se a uma alma e corpo humanos (duas pessoas e duas naturezas), outros acreditavam que ele não tinha humanidade alguma (era totalmente divino), outros acreditavam que ele não era Deus, mas um ser especial, etc.
Uma nova teoria foi a Kenótica que apresentou Cristo como a manifestação do Logos esvaziada da divindade, isto é, negou-se a divindade de Jesus, ou a tornou totalmente distanciada do Jesus-Homem.


“Estas postulações são contrárias à imutabilidade de Deus e não concordam com passagens das Escrituras que dão atributos divinos ao Jesus histórico.” (Louis Berkhof)

A Velha e a Nova Solidariedade

SOLIDARIEDADE DA RAÇA

A questão da solidariedade da Raça é um assunto muito discutido em nossos dias. Há quem discorde da afirmação de que somos solidários a Adão no que diz respeito à imputação do pecado aos seus descendentes. Assim como afirmou Agostinho na criação Adão era a Raça e a Raça era Adão. Estávamos nele de alguma forma. O fato de o pecado nos ser imputado simplesmente uma questão de justiça.
Existem algumas teorias que discordam dessa questão como a Teoria Pelagiana e a Teoria Arminiana.
Na Escritura, o mal moral existente no mundo transparece claramente como pecado, isto é, como transgressão da lei de Deus. Nela o homem sempre aparece como transgressor por natureza, e surge naturalmente a questão: Como adquiriu ele essa natureza? Que revela a Bíblia sobre esse ponto?
1. Não se pode considerar Deus como o seu autor.
O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado no mundo, mas não se pode interpretar isso de modo que faça de Deus a causa do pecado no sentido de ser Ele o seu autor responsável. Esta idéia é claramente excluída pela Escritura. "Longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo-poderoso cometer injustiça", Jó 34.10. Ele é santo Deus, e absolutamente não há falta de retidão nele. Ele não pode ser tentado pelo mal, e Ele próprio não tenta a ninguém. Quando criou o homem, criou-o bom e à Sua imagem. Ele positivamente odeia o pecado, e em Cristo fez provisão para libertar do pecado o homem. À luz disso tudo, seria blasfemo falar de Deus com autor do pecado. E por essa razão, todos os conceitos deterministas que representam o pecado como uma necessidade inerente à própria natureza das coisas, devem ser rejeitados. Por implicação, eles fazem de Deus o autor do pecado e são contrários, não somente à Escrituras, mas também à voz da consciência, que atesta a responsabilidade do homem.
2. O pecado originou-se no mundo angélico.
A Bíblia nos ensina que, na tentativa de investigar a origem do pecado, devemos retomar a queda do homem, na descrição de Gn 3 e fixar a atenção em algo que sucedeu no mundo angélico. Deus criou um grande número de anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do seu Criador. Mas ocorreu uma queda no mundo angélico, queda na qual legiões de anjos se apartaram de Deus. A ocasião exata desse quando não é indicada, mas em Jo 8.44 Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio (kat' arches), e em 1 Jo 3.8 diz João que o diabo peca desde o princípio. A opinião predominante é a de que a expressão kat' arches significa desde o começo da história do homem. Muito pouco se diz sobre o pecado que ocasionou a queda dos anjos. Da exortação de Paulo a Timóteo, a que nenhum neóflito fosse designado bispo, "para não suceder que se ensoberbeça, e incorra na condenação do diabo", 1 Tm 3.6, podemos concluir que, com toda a probabilidade, foi o pecado do orgulho, de desejar ser como Deus em poder e autoridade. E esta idéia parece achar corroboração em Jd 6, onde se diz que os que caíram "não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio". Não estavam contentes com a sua parte, com o governo e poder que lhes fora confiado. Se o desejo de serem semelhantes a Deus foi a tentação peculiar que sofreram, isto explica por que tentaram o homem nesse ponto particular.
3. A origem do pecado na Raça Humana
Com respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina que ele teve início com a transgressão de Adão no paraíso e, portanto, com Um ato perfeitamente voluntário da parte do homem. O tentador veio do mundo dos espíritos com a sugestão de que o homem, colocando-se em oposição a Deus, poderia torna-se semelhante a Deus. Adão se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado, comendo do fruto proibido. Mas a coisa não parou aí, pois com esse primeiro pecado Adão passou a ser escravo do pecado. Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, corrupção que, dada à solidariedade da raça humana, teria efeito, não somente sobre Adão, mas também sobre os seus descendentes. Como resultado da Queda, o pai da raça só pôde transmitir uma natureza depravada aos seus descendentes. Dessa fonte não santa o pecado flui numa corrente impura passando para todas as gerações de homens, corrompendo tudo e todos com que entra em contato. É exatamente esse estado de coisas que torna tão pertinentes a pergunta de Jó, “Quem da imundícia poderia tirar cousa pura? Ninguém”, Jó 14.4. Mas ainda isso não é tudo. Adão pecou não somente como o pai da raça humana, mas também como chefe representativo de todos os seus descendentes; e, portanto, a culpa do seu pecado é posta na conta deles, pelo que todos são passíveis de punição e morte. É primeiramente nesse sentido que o pecado de adão é o pecado de todos. É o que Paulo ensina em Rm 5.12: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”. As últimas palavras só podem significar que pecaram em Adão, e isso de modo que se tornaram sujeitos ao castigo e à morte. Não se trata do pecado considerado meramente como corrupção, mas como culpa que leva consigo o castigo. Deus adjudica a todos os homens a condição de pecadores culpados em Adão, exatamente como adjudica a todos os crentes a condição de justo em Jesus Cristo. É o que Paulo quer dizer, quando afirma: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio à graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos.” Rm 5.18,19”
Basta aqui definirmos como o pecado de Adão é imputado a sua descendência. Duas são as teorias que defendem a imputação do pecado de Adão a raça humana. Uma é a teoria Agostiniana, já citada anteriormente, e outra é a teoria Federal ou do Contrato.
A Teoria Federal diz que Adão foi constituído por Deus como representante da raça humana. Este representante fez com Deus um contrato, se fizesse o bem teria a vida eterna, se agisse mal teria a morte eterna. Resultado desse contrato; Adão não fez o que era certo e Deus cumpriu sua parte no acordo e fez com que cada um dos seus descendentes herdasse a natureza corrompida. Deus imputa imediatamente o pecado de Adão a sua posterioridade
A teoria Agostiniana diz que Deus imputa o pecado de Adão a sua posteridade devido a uma relação vital e orgânica entre este e seus descendentes. Por ocasião da queda Adão era a raça e a raça era Adão.
O fato é que o pecado de Adão é imputado a Raça humana. Mas na maneira como essa imputação é feita eu discordo de Agostinho, pois acredito que Adão como o nosso representante é muito mais viável do que uma relação vital e orgânica. Os textos bíblicos nos mostram Adão como sendo responsável pela queda da humanidade assim a sua posição de representante é muito mais embasada biblicamente.
Se porventura Agostinho estiver correto, então significa que em nosso corpo existe um gen que carrega o pecado. Sendo assim podemos sair um pouco da nossa realidade e sonhar com uma futura invenção onde os cientistas poderão detectar esse gen corrompido e exclui-lo de nosso corpo nos tornando assim perfeitos novamente? Acredito que não é tão fácil assim, nem mesmo em sonho....





Rosemeire S. pereira

Escatologia - Sinais da Volta de Cristo

Introdução:

A bíblia fala de acontecimentos do passado, presente e futuro. E um dos assuntos de maior importância registrado nas escrituras é sobre a volta de Cristo. Só no N.T. a segunda vinda do Senhor é mencionada mais de 300 vezes. Epístolas inteiras (I e II Tess.) e capítulos inteiros (Mt. 24; Mc. 13) são dedicados ao assunto. Esta é uma das grandes promessas do Senhor, Fl. 3: 20 afirma: Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas; Tt. 2: 13- Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo.
Com a chegada do ano 2000 e a virada do século em 2001, houve uma expectativa muito grande quanto ao fim do mundo, o destino da humanidade e a volta de Cristo. Muitos ficaram com medo, esperando algum acontecimento extraordinário.
Mas, o que diz a palavra de Deus sobre a vinda de Jesus? Como acontecerá esta volta? Quais acontecimentos precederão à volta do Senhor Jesus? Já estamos vivenciando os últimos dias dos homens sobre aterra? Iremos analisar a luz das escrituras todos estes questionamentos.


1. A SEGUNDA VINDA

A Bíblia ensina que Jesus voltará. Esta volta deveria interessar a todas as pessoas. Quando Jesus voltará? E como? E o que acontecerá, quando Cristo voltar? Estas perguntas têm respostas simples na Bíblia, mas tornaram-se complicadas e confusas por causa do acréscimo de especulações e doutrinas humanas. Vejamos com base nas Escrituras sagradas Qual é a resposta de Deus para cada uma dessas questões!

1.1 QUANDO OCORRERÁ?

"Mas a respeito daquele dia e hora, ninguém sabe nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem" (Mateus 24:36-39). "Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai" (Marcos 13:32). "Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão" (1 Tessalonicenses 5:1-3). Ninguém sabe quando Cristo voltará. O próprio Cristo não sabia. Sabemos somente que ele voltará inesperadamente, sem aviso. Quem quer que se proponha a marcar uma data para a volta do Senhor pensa que sabe algo que nem Jesus, nem os anjos sabiam.
Sempre temos que permanecer preparados para a volta do Senhor. "Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá" (Mateus 24:42-44). Desde que nunca sabemos quando o ladrão pode chegar, temos que manter nossas casas sempre fechadas. Desde que não sabemos quando o Senhor voltará, temos que sempre viver fielmente. A natureza imprevista da volta do Senhor significa que é impossível olhar em volta buscando sinais, numa tentativa de calcular uma data aproximada. Ninguém tem qualquer idéia de quando o Senhor pode voltar. Ele pode voltar antes que você termine de ler isto; ou poderiam se passar outros 2000 anos a partir de hoje. Que possamos estar sempre prontos!


1.2 COMO OCORRERÁ?
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4:16-17).


1.3 E O QUE ACONTECERÁ?

Os mortos ressurgirão quando Cristo voltar. Em João 5:28-29 Jesus disse que todos os mortos (os justos) ouvirão sua voz, ao mesmo tempo, para saírem de suas tumbas. 1 Coríntios 15:50-55 indica que aqueles que ainda estiverem vivos, no retorno de Cristo, serão transformados de modo que possam herdar o reino de Deus, com corpos glorificados e incorruptíveis.

2. Sinais bíblicos da segunda vinda

2.1 Sinais no âmbito científico
Dn. 12:4 - E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará. São muitos os avanços no campo científico e tecnológico. No século XIX, eram necessárias décadas para se fazer alguma descoberta importante. Hoje, a ciência apresenta múltiplas descobertas ao mesmo tempo. Por que não citar o serviço de telefonia celular e a grande invenção que tem revolucionado o modo de vida dos homens, a internet. Estas descobertas estão presentes em muitas áreas, principalmente na medicina.

2.2 Sinais no âmbito político
Is. 11: 11-12. - E há de ser que naquele dia o Senhor tornará a pôr a sua mão para adquirir outra vez o remanescente do seu povo, que for deixado, da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia, e de Elã, e de Sinar, e de Hamate, e das ilhas do mar. E levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra.
Esta profecia é uma promessa da restauração de Israel a sua própria terra. Em 14 de maio de 1948 com o fim do mandato britânico sobre a Palestina, o conselho nacional judaico estabelece o Estado de Israel, tendo como sua capital, Jerusalém. Desde então um grande número de judeus tem retornado para a terra santa.

2.3 Sinais no âmbito comercial
Ap.13: 16, 17. - E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas. Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.
Até o século XVIII a produção de alimentos era basicamente agrícola. Neste mesmo período com a revolução industrial na Inglaterra dar-se início a produção de alimentos em grande escala. Fator este que motivou o livre comércio entre as nações.
A fusão de bancos, empresas multinacionais, Mercado Comum Europeu com uma só moeda e a formação de blocos econômicos como a ALCA (área de livre comércio das Américas) e o Mercosul (Mercado comum do Sul). Tem surgido como uma preparação do palco para um levantamento do reino do grande monopolista, o Anticristo.

2.4 Sinais no âmbito natural
Lc. 21: 25 - E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. O Tsunâmi é uma prova indiscutível desta verdade. Em 26 de dezembro de 2004, morreram mais de 100.000 pessoas com um tsunâmi na Indonésia. As mudanças climáticas, o aquecimento global (A temperatura global poderá subir cerca de 3,5 graus centígrados até o ano 2100. A maior mudança climática em dez mil anos), a destruição da natureza, poluição, o medo da falta de água potável no mundo ocorrem pela ação predatória do homem. Entretanto, com esses acontecimentos estamos caminhando para o fim da história humana na esfera física.


2.5 Sinais no âmbito religioso
I Tm. 4:1-2 Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência. Um dos sinais da volta do Senhor será a apostasia da fé. A verdade distintiva do Cristianismo tem sido amplamente negada em nossos dias. Há bem poucos seminários teológicos que se mantêm leais a fé Cristã. A bíblia tem sido ridicularizada por muitos e reputada apenas como um livro comum, e não como Palavra do Senhor que é.

3. Predições de Jesus em Mateus 24: 1-14.
V.1-2 – (Lucas 21: 20-24) - Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que nos campos não entrem nela. Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias! porque haverá grande aperto na terra, e ira sobre este povo. E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.
1.1 Herodes, o Grande, começou a construir o templo em 20 a. C, e o concluíram em 64 d.C. Este templo foi totalmente destruído 40 anos após a predição de Jesus, no ano 70 da era Cristã. Quando o exército romano de 100.000 mil homens, comandado pelo general Tito, invadiu Jerusalém arrasando completamente os edifícios magníficos de mármore e ouro. Segundo o historiador judeu, chamado Flávio Josefo, o local parecia que nunca fora antes ocupado. Afirma-se que realmente não ficou pedra sobre pedra, pois, os soldados romanos reviraram uma a uma em busca de ouro.
V.3-5 – Surgirão falsos Cristos que enganarão a muitos. Aqui no Brasil no estado do Paraná tem um que afirma ser o Cristo. Ele se autodenomina de Henri Crist. A própria bíblia e o ensino de Jesus desmentem esse e outros falsos Cristos que surgirem, Mt. 24: 23-28; 30-31; 36; 40-44.
V.6-7 – Guerras. As piores guerras da história da humanidade aconteceram no século passado (século XX), a exemplo da 1ª e 2ª grande guerra mundial. Na segunda guerra mundial nos campos de concentrações da Alemanha, morreram de fome, doença, experiências científicas e câmaras de gás um número absurdo de 9 milhões de pessoas: seis milhões de judeus e três milhões de outras nacionalidades.
Em 1993 aconteceram 29 guerras civis de maior porte, 23 milhões de mortos em conflitos desde 1944, um número que vem crescendo assustadoramente a cada dia. No dia 11 de Setembro de 2001, o atentado às torres gêmeas nos Estados Unidos que resultou na morte de mais de 5.000 pessoas.
Atualmente temos o conflito entre Estados Unidos e Iraque, Israel e Palestina. A invasão de Israel no Líbano, soldados americanos em áreas de conflito como no Afeganistão. Hoje, no mundo temos cerca de 40 guerras. Muitos dos conflitos armados não aparecem nos jornais, há guerras nos continentes asiático e africano que não viram notícia. Quem já ouviu falar, por exemplo, das guerras do Sudão (desde 1993), de casamance, no Senegal (desde 1990), ou da Uganda (desde 1995). Em nosso país vivemos uma verdadeira guerra civil por causa violência, onde todos os dias morrem inocentes com balas perdidas.
V.7 – Fome e pestes. Na década de 90 mais de 100 milhões de crianças morreram de doenças e fome, enquanto milhões são gastos em armamentos e projetos espaciais. Em meados de 1970 surge o vírus da AIDS. Nos últimos três anos subiu de 3 para 140 pessoas infectadas com a gripe aviaria.
V.7, 8 – Terremotos. Cálculos do aumento de terremotos na história


De 1000 a 1800 = 21 terremotos
De 1800 a 1900 = 18 terremotos
De 1900 a 1950 = 33 terremotos
De 1950 a 1991 = 93 terremotos

5.1 Desde a criação da escala para medir a intensidade dos terremotos em 1935 pelo sismólogo Charles F. Richter, foram registrados dois poderosos terremotos. Um na China em 15 de Agosto de 1950, atingindo a magnitude de 8,6 na escala Richter. O outro foi no Alasca, em 27 de março de 1964, atingiu a magnitude de 8,5.
Ocorreu um terremoto na Turquia no ano de 1999, onde morreram mais de 35.000 mil pessoas. Na Índia em 2003 morreram mais de 20.000 pessoas em decorrência de um grande terremoto. Na Indonésia, em 25 de Dezembro de 2004, um grande terremoto em alto mar, criando uma onda gigantesca na praia. Infelizmente, ceifando muitas vidas. No Peru, em agosto de 2007, um terremoto que ceifou mais de 300. Este terremoto foi sentido em alguns estados brasileiros.
Jeffrey Goodman, um arqueólogo profissional, lançou um livro nos Estados Unidos que tem por título “Somos a geração do terremoto”. Ele tem recolhido evidências que fala de um período extremamente atribulado, que se iniciaria dentro de pouco tempo, e que incluirá muitos terremotos. Ele prediz um período de 20 anos de catástrofes dessa natureza.


V. 10 – Escândalos, traição, ódio mútuo.

V. 11- Falsos profetas. Dt.13:1-3; 18: 20-22; Mt.7: 21-23 - Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade, II Ts. 2:9.

V. 12, 13 – Esfriamento do amor. Nos Estados Unidos são 4.257 abortos por ano. No Brasil temos visto muitas mães que jogam no lixo, em córregos e lagos os seus filhos recém-nascidos. Não podemos nos contaminar pela ausência do amor. I Co. 13:13 - Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

V. 14 – Pregação mundial do Evangelho. Todo ano são distribuídos mais de 4 milhões de folhetos em todo mundo. Mais de 4 bilhões de pessoas já ouviram o evangelho. Mais de 20 milhões de bíblias em 2.062 idiomas, 98 % da população mundial tem acesso a uma bíblia.
São mais de duas mil emissoras de rádio pregando o evangelho. Várias emissoras de TV divulgando as boas novas de Salvação. A internet, que alcança vários lugares do planeta, é um veículo poderosíssimo para o cumprimento desta profecia do Senhor Jesus.

4. Sinais atuais da segunda vinda
Hoje, o mundo é um cenário sendo montado para a apresentação de um grande drama. Quais preparativos já foram feitos?

4.1 Tendências demoníacas nos tempos finais
Representantes empedernidos da evolução não querem aceitar a existência do Criador. Eles argumentam: “Mesmo que não haja provas para a teoria da evolução, não vamos crer na criação através de Deus”.
Quanto mais avança o tempo, tanto menos acredita-se na veracidade da Palavra de Deus. Discussões acaloradas e campanhas pró-evolução e contra a criação dominam a mídia. Mesmo no meio cristão, a evolução é cada vez mais integrada à teologia. Argumenta-se que ambas podem ser maravilhosamente conciliadas: Deus teria criado através da evolução.
O relato seguinte mostra quanto já se alastrou o pânico por causa da poluição de um mundo que teria surgido através da evolução:
Os ecologistas exigiram uma maior contribuição dos agricultores para a proteção do meio ambiente. Segundo eles, a agricultura e a pecuária na Alemanha estariam produzindo até 11% dos gases causadores do efeito estufa… conforme um estudo publicado pelo WWF (World Wildlife Fund – Fundo Mundial da Vida Selvagem). Os gases provenientes da digestão por parte de uma única vaca leiteira seriam praticamente tão prejudiciais ao clima quanto os de um automóvel de pequeno porte que roda 18.000 quilômetros por ano. Por isso, o WWF exige um “imposto de emissão” para os agricultores… Os consumidores também deveriam prestar mais atenção ao equilíbrio ecológico da sua alimentação, afirmou Tanja Dräger de Teran, especialista agrária do WWF. Suas dicas: usar mais produtos regionais e ecológicos, consumir menos carne e menos arroz. Segundo ela, a produção de arroz em campos irrigados representa um grave problema climático em todo o mundo. A especialista enfatizou que a agricultura ecológica, por usar menos energia, também produz menos gases causadores do efeito estufa. Por isso, seria necessário estimular cada vez mais a agricultura ecologicamente correta.
O jornalista alemão Peter Scholl-Latour disse recentemente que o atual ateísmo transformou-se, na realidade, em uma nova religião. Trata-se do afastamento de todos os valores bíblicos anteriormente aceitos nos países cristãos. Essa apostasia é freqüentemente citada na Bíblia. Entretanto, a pouca sustentação do ateísmo, que desaba facilmente como um castelo de cartas, foi bem descrita em uma frase de Robert Lembke: “Durante fortes turbulências, não há ateus nos aviões”.[3]
Os criacionistas, normalmente cristãos, são cada vez mais rejeitados. Os evolucionistas e ateus, entretanto, por terem criado um outro “deus”, recebem sempre mais espaço para espalharem suas divagações entre o grande público. Os ateus estão em alta. Por exemplo, o livro Deus – Um Delírio, de Richard Dawkins, tornou-se um best-seller.
Desse modo, conforme a Bíblia, encontramo-nos em meio aos tempos finais: o afastamento de todos os valores bíblicos anteriormente aceitos. A respeito, a Escritura diz: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis… pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!” (Romanos 1.18-23,25).


4.2 Sinais astronômicos, Aquecimento Global
O sol é o primeiro astro citado no discurso escatológico1 de Jesus. Ele disse que haveria sinais no sol, e eles realmente existem:
"E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas" (Lc 21.25).
Por que a coroa solar (região externa do sol) pode atingir temperaturas acima de 1 milhão de graus Celsius se a fotosfera (região inferior e vista da Terra como corpo solar) não supera 6 mil graus?
Um trabalho do norte-americano Leon Golub publicado pela revista Astronomy, mostra que erupções solares podem ser as fontes de aquecimentos na coroa. No entanto, essas erupções não são o único sinal.
Recentemente, satélites e sondas fotografaram explosões gigantescas pela sua superfície solar, como se fossem "flashes", carregados de raios alfa, gama e ultra-violeta. A emissão desses raios é uma ameaça à nossa camada de ozônio, pois elas exercem pressão de fora para dentro, forçando a camada.
Na última década, satélites captaram, no sol, explosões que chegaram a derrubar redes de energia elétrica em algumas regiões da Terra. Outros planetas também já foram sendo afetados por estas explosões. É o caso de Saturno, que teve em sua superfície o irrompimento de um furacão, cuja boca media 95.000 Km de diâmetro.
Cientistas europeus afirmam que tudo isso é conseqüência dessas explosões no sol, onde a temperatura já começa a se elevar brutalmente.
O profeta Isaias soube de tudo isso antecipadamente. Ele escreveu:
"E será a luz da lua como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias..." (Is 30.26).
Luz nesta profecia refere-se ao calor que será sete vezes maior que o atual, ou igual a soma do calor de sete dias consecutivos.
O que o leitor já deve ter notado é que isso já está acontecendo. Nos últimos anos o verão tem se intensificado, os invernos tem sido menores e às vezes nem chegam a incomodar. Os fenômenos ocorridos no sol estão desencadeando mudanças na nossa atmosfera, e isso dará origem a outra série de distúrbios, nos mares, pólos, ecossistemas, e ao homem.
Isso é fantasia de nossas mentes preocupadas? Como diz o ditado: "Contra fatos não há argumentos".
Se a temperatura no sol estacionasse, ou mesmo com essas gigantescas explosões a terra não fosse atingida, teríamos ainda problemas com a temperatura na superfície terrestre. A causa é bastante conhecida: o gás CFC (clorofluorcarbono).
Há décadas, a emissão desse gás, principalmente pelas indústrias, provocou o rompimento da camada de ozônio, cuja finalidade é filtrar os efeitos dos raios emitidos pelo sol, impedindo-os de atingir a Terra intensamente. Se isso ocorrer, provocará destruições na vegetação e nos homens, pois seus efeitos são nocivos.
O problema todo é que essa camada sofreu rompimento, como todos sabem, o que facilita a passagem dos raios provenientes do sol, que atingem a terra em limites acima do recomendado para o homem.
Isso não é recente. Na década de 70 os astrônomos notaram a destruição da camada de ozônio numa área equivalente ao território dos EUA. Cientistas previram que esta área não estacionaria, mas cresceria dentro de uma década. Baseado nisso predisseram as proporções que atingiria dentro de determinado período. Resultado: ao realizar novos estudos, a surpresa foi grande ao observar que o crescimento atingiu cerca de dez vezes mais que o esperado.
Em abril de 1992 revelou-se que o "estrago" aumentava. A camada está se degenerando não só sobre a Antártida, mas em inúmeros outros pontos do hemisfério norte, sobre a Rússia, a Alemanha e o Canadá. Pesquisas dizem que as novas regiões afetadas podem perder até 40% de seu ozônio.
A última pesquisa da NASA, Agência Espacial norte-americana, revelou que o tamanho do buraco na camada é, hoje, da ordem de 28,3 milhões de quilômetros quadrados, 2,5 milhões de quilômetros a mais que o tamanho do território do Brasil. "O buraco está maior do que nunca", comentou um dos cientistas que participaram da pesquisa.
"O tempo é crucial", disse outro comentaria da revista Superinteressante, "porque os CFC's agem a longo prazo e já estão estocados na atmosfera na quantidade não desprezível de 350 milhões de toneladas". Com isso, estima-se que a ação dos CFC's deva acontecer até cerca dos anos 2015 a 2020. Em outras palavras, o buraco aumentará ainda mais.
Sem a camada de ozônio é impossível haver vida na terra. Pode parecer irônico, mas o ozônio, que é tão necessário nas altas camadas da atmosfera, e que nos protege dos raios do sol, quando se encontra próximo a superfície e é inalado torna-se também uma ameaça à saúde.
Uma revista de pesquisa brasileira publicou uma matéria confirmando uma antiga suspeita. A nuvem de ozônio estacionada sobre o sudeste do Atlântico é conseqüência das queimadas no Brasil e na África. Há anos os satélites detectavam o estranho acúmulo do gás durante os verões. Ninguém sabia ao certo as causas e os perigos do fenômeno e por isso alguns cientistas decidiram investigar o caso.
Segundo Volker Kirchhoff, do Instituto Nacinal de Pesquisas Espaciais (INPE), "... a mancha de ozônio do Atlântico não é a única no mundo. Nuvens semelhantes existem sobre outras regiões. Só que pela primeira vez uma concentração tão alta aparece fora de centros urbanos, num local tão isolado".
Kirchhoff revela que as amostras coletadas indicam 80 partes por bilhão, quando normalmente a concentração não deveria ultrapassar 30 partes. O excesso ocorre porque o monóxido de carbono liberado na queima de árvores reage com gases nitrogenados comuns na região sudeste. O resultado é a formação de moléculas de ozônio.
Os pesquisadores do INPE conseguiram, através de sondas, delinear o trajeto dos ventos que carregam o ozônio e o monóxido de carbono das queimadas.
O mínimo de percepção nos leva a enxergar o óbvio, porém visto por uma minoria. O buraco na camada de ozônio no hemisfério norte, e agora também sobre a Antártida, e essa nuvem no hemisfério sul: o quê falta agora?
Dá-nos a impressão de estarmos sendo sufocados, só pelo fato de vermos esses fatos.
Assim como os profetas no Antigo Testamento anunciaram eventos intimamente ligados a primeira vinda de Cristo, este, em seu próprio tempo apresentou o cenário que o traria de volta centenas de anos depois.
Naquela ocasião Ele veio, morreu, ressuscitou e subiu ao céu (assim cremos), mas os judeus, que "conheciam" tais profecias, não creram em nada disso. Que nós não repitamos o mesmo erro, pois tudo isso ainda são sinais, os quais se tornarão em dias não muito distantes nas Pragas do Apocalipse. Mas ainda não é o fim.

4.3 Uma nova epidemia ameaça a humanidade
Completamente ignorada pela opinião pública [até recentemente], uma grande epidemia ameaça a humanidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu a respeito de uma catastrófica epidemia de influenza (gripe). Segundo o jargão dos especialistas em epidemias, há 37 anos a humanidade encontra-se numa “fase interpandêmica”, no intervalo entre duas ondas de gripe de extensão mundial. As últimas duas – em 1957 e 1968 – causaram um milhão de mortos cada uma! A maioria das pessoas já não se lembra delas, o que não é de admirar: apesar de terem provocado tantas mortes, os especialistas as consideram “relativamente leves”.
Segundo técnicos do governo alemão, o resumo do cenário é: “As conseqüências poderiam ser desastrosas, com até 100 milhões de mortos... Para os especialistas, uma coisa está clara: nenhum outro fator levaria a tantas mortes em tão pouco tempo. Além disso, em contraste com outras doenças infecciosas, não há proteção, pois o vírus da gripe sofre mutações constantes”.
Klaus Stöhr, coordenador do departamento especial da OMS que cuida da influenza, diz: “Ninguém poderá impedir a próxima epidemia mundial de gripe, quando quer que aconteça!” Suas projeções máximas indicam, apenas para a Alemanha: caso o vírus atinja a sociedade despreparada e a metade da população alemã seja contaminada, o que é bem possível, 600.000 pessoas teriam que ser internadas, das quais 160.000 morreriam.
“Há muito tempo”, adverte Stöhr, “a probabilidade de uma pandemia se propagar não era tão alta”. Desde a última, em 1968, a população aumentou muito, desloca-se mais e, principalmente na Ásia, vive em contato com aves e suínos suscetíveis à gripe. Desde 1977, por diversas vezes o vírus da gripe do frango contaminou seres humanos. Até agora, tem sido possível interromper rapidamente seu avanço. Se, porém, esse vírus se juntar a uma cepa humana de fácil propagação, ele poderia varrer o mundo como uma arma biológica de destruição em massa.
A OMS – sem alarmar a opinião pública mundial – já declarou o pré-alerta máximo. Em novembro de 2004, ela convocou virólogos, especialistas em saúde e diretores de laboratórios de todo o mundo para avaliar a crise. As conclusões foram preocupantes: “Infelizmente, estamos despreparados”, diz a ata. No caso de uma pandemia, haverá uma luta mundial para se obter medicamentos e vacinas para combater o vírus. Atualmente, leva-se cinco meses para desenvolver uma vacina apropriada para uma nova cepa de vírus. Então, a proteção será oferecida conforme as prioridades nacionais. O governo terá de decidir quem vai sobreviver e quem deve morrer! Caso se queira reduzir o número de mortes, as crianças e os jovens terão de ser vacinados primeiro. Se a intenção for garantir o funcionamento do Estado, policiais, soldados, políticos e administradores teriam de ser protegidos antes. A única certeza é que os médicos e enfermeiros teriam absoluta prioridade. Eles não poderão ser contaminados de forma nenhuma.
A capacidade mundial de produção desse tipo de vacina é atualmente de 300 milhões de unidades. Entretanto, seriam necessárias “bilhões” delas. Os locais de produção estão concentrados em nove países: Austrália, Canadá, Japão, EUA, França, Grã-Bretanha, Países Baixos e Alemanha. Outros países têm papel insignificante. É claro que os produtores cuidariam primeiro de si mesmos. Foi o que se mostrou quando ocorreu pela primeira vez a gripe suína nos EUA, em 1976. Os americanos proibiram imediatamente a exportação de vacinas e, assim, colocaram em risco os vizinhos canadenses. Em virtude disso, o Canadá logo se estruturou para começar uma produção própria. “Esse foi um caso de pouca gravidade em comparação com o que poderia ocorrer no futuro”
O número dos infectados pela AIDS aumenta, os causadores de epidemias tornam-se cada vez mais resistentes e as novas descobertas são extremamente preocupantes. Calcula-se que apenas na Alemanha há em torno de 800.000 infectados pela hepatite C. Outras doenças e epidemias avançam e as advertências dos cientistas sobre possíveis pandemias se assemelham a romances de ficção científica. Não se trata de alarmismo, mas da realidade. O que Deus nos revelou na Bíblia a respeito dos juízos dos tempos finais torna-se cada vez mais provável e aproxima-se constantemente. Jesus referiu-se a eles como sinais da Sua volta, e o Apocalipse fala detalhadamente sobre eles. No que se refere à ameaça de uma epidemia de gripe, chama a atenção a seguinte afirmação: “Atualmente, leva-se cinco meses para desenvolver uma vacina apropriada para uma nova cepa de vírus”. O livro do Apocalipse fala duas vezes de um período de cinco meses quando trata da quinta trombeta:
“O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se o sol e o ar. Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra, e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte. Foi-lhes também dado, não que os matassem, e sim que os atormentassem durante cinco meses. E o seu tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém. Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles. O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a peleja; na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro; e o seu rosto era como rosto de homem; tinham também cabelos, como cabelos de mulher; os seus dentes, como dentes de leão; tinham couraças, como couraças de ferro; o barulho que as suas asas faziam era como o barulho de carros de muitos cavalos, quando correm à peleja; tinham ainda cauda, como escorpiões, e ferrão; na cauda tinham poder para causar dano aos homens, por cinco meses; e tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom” (Ap 9.1-11).
Será que essa descrição, além de outros significados, também poderia referir-se a uma epidemia de influenza? Sem dúvida, a fumaça que sobe e traz consigo uma espécie de gafanhotos, faz lembrar uma epidemia viral, que poderia levar muitas pessoas à morte. A duração de cinco meses poderia indicar a desesperadora busca por uma vacina.
Naturalmente sabemos, pelo contexto, que a quinta trombeta refere-se a uma invasão de demônios que atormentarão a humanidade. Eles certamente usarão de diversos recursos para isso, inclusive enfermidades e epidemias.
Sem dúvida essa mensagem não agrada aos homens que não têm mais interesse pela Bíblia. Apesar disso, ela é verdadeira. Deus virá para o juízo, e ai dos que forem Seus inimigos. Adversários de Deus são todos aqueles que ainda não são propriedade integral do Senhor Jesus. Por outro lado, através de Jesus Deus torna-se amigo dos que O aceitam.
Diante dos cenários apocalípticos, muitas pessoas entram em pânico, ficam amedrontadas e deprimidas. Outras simplesmente escondem a cabeça na areia e não querem saber do que acontece à sua volta, fecham-se e não se deixam abalar. Já outras são indiferentes, argumentando: “A volta de Jesus ainda pode demorar muito. Há séculos já se dizia as mesmas coisas”. Sem dúvida, todas as gerações passadas usaram esse argumento e o mesmo será dito pela geração que efetivamente viverá nos tempos finais. Outro grupo se rebela e luta contra a verdade bíblica, combatendo qualquer argumento cristão com zombarias ou evasivas “intelectuais”, rejeitando os alertas como sendo tentativas de criar pânico ou conversa de sectários .
Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4). O único caminho para escapar do desastre do nosso tempo é Jesus Cristo. Quem se converte a Ele encontra consolo eterno em meio à inquietação que nos aflige. Para os que crêem em Jesus Cristo há uma boa-nova da parte de Deus: podemos aguardar “dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1 Ts 1.10). “...porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.9).
A ira de Deus começará com a abertura dos juízos apocalípticos anunciados – mas aqueles que estão em Jesus serão guardados. Isso não significa, entretanto, que tais pessoas não poderão adoecer, mas que, em meio à aflição, serão sustentadas por Cristo através de uma esperança viva. Por isso, ninguém deveria entrar em pânico, nem esconder-se atrás de desculpas e da indiferença, mas aceitar a esperança oferecida em Jesus Cristo.

4.4 Cada vez mais provável: Outra guerra no oriente médio
Os livros proféticos da Bíblia mostram com muita clareza que no futuro haverá guerras destruidoras. Os acontecimentos no Oriente Médio assumem proporções cada vez mais assustadoras. Percebe-se que nos aproximamos do Apocalipse vindouro.
Em Mateus 24.7-8 o Senhor Jesus profetizou: “Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores” (Mateus 24.7-8).
As ameaças públicas do presidente iraniano de riscar Israel do mapa, juntamente com suas intenções de produzir bombas atômicas, que poderão ser lançadas sobre o Estado judeu através de mísseis, cujo alcance inclui até mesmo partes da Europa, são assustadoras. Também o presidente da Síria, Bashar el-Assad, não descarta uma guerra com Israel e, segundo declarações próprias, prepara-se para essa situação: “Contamos com uma agressão israelense. Todos sabem que Israel é militarmente poderoso e apoiado diretamente pelos Estados Unidos. Qualquer um defenderia seu país caso seja ameaçado por um ataque”, afirmou Assad. “Devemos estar sempre preparados”.
Ao mesmo tempo, a Rússia fornece mísseis antiaéreos ao Irã e está reequipando militarmente a Síria. O ministro da Defesa russo, Sergei Ivanov, tentou amenizar essa realidade dizendo que as armas russas entregues ao Irã são destinadas apenas para a defesa do país.
O Departamento de Defesa dos EUA ordenou a diversos navios, já há meses, que se mantivessem diante das águas iranianas. Segundo diversos observadores, a presença do porta-aviões “USS Enterprise” entre esses navios indica a possibilidade de que logo haverá uma guerra com o Irã.
“Armagedom”, a luta final dos povos, ganha cada vez mais atualidade através da situação ameaçadora no Irã. O programa nuclear iraniano avança a pleno vapor e as ameaças a Israel são altas demais para serem desconsideradas.
Com relação ao Irã, o analista Charles Krauthammer teme até mesmo pela “sobrevivência da humanidade”. Ele escreveu na revista “Time”: “Se falharmos em evitar que esses fanáticos apocalípticos obtenham armas nucleares, não haverá mais retorno”. Além disso, ele afirma que os preparativos ideológicos para um ataque ao Irã são inquestionáveis.
A seguir, lemos o que Deus disse a respeito, através do Seu conhecimento antecipado dos eventos: “Palavra do SENHOR que veio a Jeremias, o profeta, contra Elão, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis que eu quebrarei o arco de Elão, a fonte do seu poder. Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu e os espalharei na direção de todos estes ventos; e não haverá país aonde não venham os fugitivos de Elão. Farei tremer a Elão diante de seus inimigos e diante dos que procuram a sua morte; farei vir sobre os elamitas o mal, o brasume da minha ira, diz o SENHOR; e enviarei após eles a espada, até que venha a consumi-los. Porei o meu trono em Elão e destruirei dali o rei e os príncipes, diz o SENHOR. Nos últimos dias, mudarei a sorte de Elão, diz o SENHOR” (Jeremias 49.34-39).
Elão está localizado no sudoeste do Irã e muitos analistas supõem que se trata da região em que são produzidos os mísseis para transporte de ogivas nucleares.
• Em minha opinião, as afirmações sobre Elão referem-se aos tempos finais, conforme mostra o último versículo: “Nos últimos dias, mudarei a sorte de Elão, diz o SENHOR”. Aparentemente, Elão voltará a ter um papel importante “nos últimos dias”. O antigo Império Persa (Irã), que após sua queda permaneceu inativo durante milênios, será atingido “nos últimos dias” por um juízo, mas sua sorte será finalmente mudada. Parece que isso acontecerá nos tempos finais.
• “Eu quebrarei o arco de Elão, a fonte do seu poder” (v. 35). A Edição Almeida Corrigida Fiel diz: “o principal do seu poder”. Evidentemente, Deus fala através do Seu profeta usando expressões comuns daquela época. Sem dúvida, ao invés de “arco”, hoje poderíamos dizer “míssil”. Pois esse é, justamente, o “principal do poder” do Irã em nossos dias. Uma notícia dizia: “Mamouhd Ahmadinejad, o presidente do Irã, declarou que seu país tem capacidade nuclear. Ele se vangloria da tecnologia de enriquecimento de urânio e manda testar mísseis do tipo Kowsar (um dos rios do Paraíso segundo a descrição muçulmana – N.T.)”.

• “Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu” (v. 36). Os quatro ventos representam os quatro pontos cardeais e, portanto, o conjunto de todas as nações. Atualmente, é a comunidade mundial (a ONU) que está tratando do problema do armamento nuclear iraniano. Ainda não há concordância sobre qual deverá ser a forma de agir, mas isso poderá mudar rapidamente. Parece que ainda os quatro ventos estão sendo segurados, mas num momento eles serão soltos. Li a respeito: “O Ocidente não acredita em Ahmadinejad e também Moscou está ficando mais cética. Teerã, porém, ultrapassa os sinais de alerta, enfrentando o chefe da Comissão de Energia Nuclear... Atualmente, o Irã ameaça o equilíbrio e está se alçando à posição de potência nuclear agressiva. O Conselho de Segurança não poderá aceitar essa situação. Entretanto, mesmo que não haja concordância, a Europa e os EUA estarão em condições de aplicar medidas dolorosas. Uma coisa deve ficar clara para Teerã: o Ocidente não pode aceitar uma ameaça atômica”.4 Que a Rússia, por um lado, fornece mísseis antiaéreos ao Irã e, por outro lado, encara esse país com ceticismo, amplia as possibilidades de um ataque. Além disso, estão em jogo grandes somas de dinheiro!
No livro do profeta Daniel também aparecem esses “quatro ventos”: “Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar Grande. Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar” (Daniel 7.2-3). Esse texto refere-se aos quatro impérios dos animais, que se unirão no último império mundial e com o governante mundial anticristão (veja Ap 13). Vemos que Deus, o Senhor, continua detendo o controle de tudo, conforme diz Apocalipse 7.1: “Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma” (Apocalipse 7.1).
• No caso de um ataque ao Irã patrocinado pe la ONU, haveria um enorme fluxo de refugiados, de modo que “...não haverá país aonde não venham os fugitivos de Elão. Farei tremer a Elão diante de seus inimigos...” (vv. 36b-37a).
• Então o Senhor estabelecerá Seu trono em Elão e reinará. E, finalmente, a sorte de Elão será mudada, pois, onde o Senhor governa sempre ocorrem mudanças: “Porei o meu trono em Elão e destruirei dali o rei e os príncipes, diz o SENHOR. Nos últimos dias, mudarei a sorte de Elão, diz o SENHOR” (vv. 38-39).
Ninguém pode dizer com certeza em que período ocorrerá essa guerra e até onde ela se espalhará. É certo, porém, que, cedo ou tarde, também essa profecia bíblica se cumprirá. Deus, o Senhor, é poderoso: Ele segura firmemente o leme do “navio mundial” e dirá a última palavra. Certamente ouviremos cada vez mais sobre “guerras e rumores de guerras”, porque as ameaças entre os povos aumentarão constantemente. Por isso, “temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2 Pedro 1.19).


5. Conclusão

Devemos sempre observar os eventos atuais (e todos os aspectos das nossas vidas) através das lentes das Escrituras. A Bíblia interpreta as notícias; as notícias não interpretam a Bíblia. A volta de Jesus Cristo é nossa esperança – não a hora da Sua volta. Não devemos ser como a criança numa viagem de carro que fica perguntando a seu pai a toda hora, "Está perto, pai?" Ou, "Falta muito?" Como o pai dirigindo o carro, sabemos que estamos nos aproximando, mas não podemos dizer com certeza quão perto estamos.
A segunda vinda de Cristo deve ser a maior esperança do cristão, pois quando Ele voltar nossa salvação finalmente se completará, com a glorificação de nossos corpos mortais para serem semelhantes ao de Jesus (Romanos 8:11,17-25,30). O cristão deve estar sempre “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tito 2:13). Em seu viver diário ele deve refletir essa expectativa, vivendo de modo santo e piedoso, esperando e apressando a vinda de Cristo (II Pedro 3:11-12), aguardando o grande dia em que “seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” (I João 3:2).






6. Bibliografia
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Revista Veja 2006, Por Lucia Catalane Chagas, artigo O Fim

Marques, Paulo. A segunda vinda de Cristo, Ed. Teológica, Sp 2007 176
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Bíblias de Referencia
Bíblia Pentecostal de Estudo
Biblia de Estudo das Profecias
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Bíblia de Estudo Profética